Para que qualquer empresa tenha sucesso, o empreendedor precisa ter um time alinhado e engajado ao seu lado. Mais do que simplesmente realizar funções, os colaboradores têm que entender e vivenciar a missão da empresa no dia a dia. Foi pensando nesse desafio que André Street, da Arpex Capital, compartilhou valiosas lições sobre o tema no encerramento do programa Promessas JPMorgan Chase Foundation.
O programa, realizado pela Endeavor com apoio do JPMorgan Chase Foundation, tem o objetivo de ajudar empreendedores brasileiros, com empresas de alto crescimento do setor de tecnologia, em seus desafios de crescimento. Foram 35 empreendedores que em oito meses participaram de 11 mentorias coletivas e 105 mentorias individuais – mais de 100 mentores se envolveram.
Os conselhos de André Street
No encerramento do programa, o primeiro conselho de André foi simples: não abra mão da sua felicidade em momento nenhum, ou você será volúvel e irá sempre questionar o que está fazendo.
Há 15 anos, quando André decidiu abrir sua empresa, ele não tinha nenhum conhecimento sobre negócios, apenas a certeza de que a sua felicidade estava ligada ao empreendedorismo. E isso faz toda diferença: quando você gosta do que faz é fácil engajar as pessoas ao seu lado. Seguir um propósito faz com que felicidade e motivação sejam coisas que você transmite naturalmente ao seus colaboradores e até parceiros comerciais. Você consegue estimular pessoas a entrarem no sonho com você.
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André também contou que, para diminuir o ‘gap’ técnico, já que sua formação era no campo jurídico, a saída foi trazer gente melhor do que ele para dentro da empresa. Ele diz procurar, até hoje, pessoas que tenham um perfil empreendedor, com cabeça de dono e que fazem as mudanças acontecerem. Todos os anos, a Arpex recebe cerca de 22 mil inscrições para vagas de trabalho, mas apenas 8 pessoas são selecionadas. A razão disso tudo? Gente excepcional gosta de um bom desafio.
Na hora de contratar também é importante procurar complementaridade: se você tem um perfil mais introvertido, procure alguém mais extrovertido que possa ajudá-lo nas vendas, por exemplo. Para André o segredo é se aproximar das pessoas e aprender com elas, porque se você acha que sabe tudo, sua empresa não vai a lugar nenhum. Fundador tem o papel de fazer o sonho nascer e não de querer que o negócio dependa dele, ele tem que querer que o negócio viva sem ele.
“Aquilo do ‘one man show’ é uma bobagem e é por isso que a humildade tem um papel muito importante durante o crescimento da empresa”, afirmou André.
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Se você quiser ter uma equipe simplesmente para que ela siga suas ordens, seu sonho vai acabar em um segundo. Quando você não é humilde fica difícil escolher o perfil das pessoas que querem ir longe, porque elas, na maioria das vezes, serão melhores que você. E aqui vale lembrar que não é só habilidade que você deve procurar em um colaborador ou sócio; essa pessoa precisa compartilhar dos mesmos valores que você. Não importa se você achou o próximo Steve Jobs, se ele não compartilhar das suas ideias, ele não deve ser contratado. É esse pensamento vai ajudar a moldar a cultura da empresa.
Nos primeiros anos do negócio o fundador tem uma responsabilidade muito grande em relação à criação da cultura; Para que esse processo seja feito de forma positiva, é preciso estabelecer quais são os valores e o que será difundido. Esse questionamento te faz parar para refletir e não ficar louco ou contrariar seus próprios valores.
O sucesso da sua empresa pode depender muito de como você vai formar seus próximos líderes e a cultura é um dos principais pilares. Você tem que criar mecanismos na empresa para que essas lideranças entendam suas responsabilidades, eles têm que entender que podem quebrar ou ganhar muito com você, só depende da postura de cada um.
O empreendedor que crescer é aquele que engajou seus colaboradores e colocou todos no mesmo barco. Se cada colaborador remar para um lado, o barco não sai do lugar, mas se todos ajudarem um pouco, esse barco cruzará oceanos.
Artigo originalmente publicado no site da Endeavor.