Hoje vamos falar sobre um detalhe crucial para o sucesso de um negócio, serviço ou produto: a validação. Por mais que pareça algo simples e óbvio, vira e mexe nos deparamos com empreendedores que esqueceram deste pequeno detalhe e partiram para a ação, ou seja, investiram dinheiro, tempo e energia para fabricar e lançar produtos que não tiveram aceitação nenhuma.
Tem uma historinha, que até parece uma piada, que ilustra bem a importância da validação de ideias: uma marca conhecida de comida para gatos lançou um novo sabor. Quem tem gatos sabe: o bichinho é enjoado e não sai comendo qualquer coisa que é colocada para ele comer. E a fabricante não deu sorte: os gatos rejeitaram massivamente o produto, o que acabou resultando na retirada do mesmo do mercado. E fica a pergunta: alguém validou com o público-alvo, os gatos, se aquele alimento era bom? Parece que não.
Bom, mas quando o assunto é validação de ideias, hipóteses ou modelos de negócios, talvez mais importante do que saber que é necessário validar, seja saber como fazer isso e conhecer ferramentas para tal.
Neste artigo, originalmente publicado no blog original, Steve Blank fala sobre uma das ferramentas propostas pelo método. Lean Startup (vale a leitura para saber mais sobre o tema), o Construir-Medir-Aprender. A grande intenção por trás dessa ferramenta é confirmar ou descartar uma ideia inicial, o que vai gerar novas ideias. Mas ainda não está bom o suficiente. Ou seja, estamos falando de uma forma de validação.
Quais pontos validar?
Tá aí uma boa pergunta. O exercício de validação não é simples. Embora seja muito importante conversar com seu público-alvo e obter feedbacks, nem sempre você vai conseguir extrair a verdade de uma conversa. Além disso, são diferentes aspectos de um produto ou modelo de negócio que precisam ser validados: preço, embalagem, estratégia de marketing e público-alvo são apenas algumas delas. Para cada aspecto, você deve pensar uma estratégia diferente, fazer um MVP diferente (falaremos sobre isso a seguir).
Então, para organizar as ideias, uma boa dica para começar é usar os campos do Canvas como referências dos pontos que você precisará validar no seu modelo de negócio. São eles:
1. Proposta de valor: benefícios do produto/serviço que a empresa oferece
2. Segmentação de clientes: usuários e clientes pagantes
3. Canais de distribuição para alcançar clientes e oferecer-lhes sua proposta de valor
4. Relacionamento com clientes para criar demanda
5. Fontes de receita gerada pelas prospostas de valor
6. Atividades necessárias para implementar o modelo de negócio
7. Recursos importantes para as atividades
8. Parcerias fundamentais para as atividades
9. Estrutura de custos resultante do modelo.
Teste e validação
Fazer um MVP é uma alternativa muito interessante para o empreendedor que deseja validar hipóteses. Mas, o que é MVP? MVP é a sigla para minimum viable product, ou, em português, produto minimamente viável.
Trata-se de um conjunto de testes primários feitos com o objetivo de fazer uma validação da viabilidade de um negócio. São diversas experimentações práticas que serão desenvolvidas levando o produto a um seleto grupo de clientes – com a diferença de que não se trata do produto final, mas sim de um produto desenvolvido com o mínimo de recursos possíveis, desde que (em sua totalidade) estes mantenham sua função de solução ao problema para o qual foi criado.
Um MVP é feito para que o empreendedor possa fazer uma validação prática à reação do mercado e à compreensão do cliente sobre seu produto e se ele, de fato, soluciona o problema do consumidor, validando assim suas hipóteses sobre o produto.
É importante deixar claro que o que você constrói deve estar alinhado com a hipótese que você quer testar. O MVP que você precisa para encontrar o cliente certo é diferente do MVP que você precisa para testar se o preço é adequado ou daquele para testar funções específicas do produto. E todas essas hipóteses (e MVPs) mudam com o tempo, conforme os aprendizados.
Como definir o MVP?
De início, o que deve ficar claro é que fazer um MVP é bem diferente de entregar um produto mal feito antes de terminá-lo e jogá-lo definitivamente ao mercado. O MVP pode até ser uma landing page criada para apresentar uma ideia, por exemplo.
Algumas dicas para desenvolver seu MVP e fazer uma boa validação de ideias:
1. Como primeiro passo para a realização de um MVP, a dica, como já falamos antes, é apostar em uma landing page. Ela será usada para apresentar o produto pela primeira vez ao mercado (ainda que na teoria), tendo como um de seus maiores objetivos, captar leads que serão usados como “cobaia” no processo de validação posterior.
2. O segundo passo é tirar, a partir das primeiras manifestações de seus leads, as hipóteses de testes, referenciais ou métricas que serão usados para desenvolver seu MVP. Serão então formulados os critérios a serem testados, as expectativas de retorno e qual o perfil de cliente que esse produto alcança.
3. Só após essas duas etapas iniciais é que sua startup poderá pensar na criação de um MVP para ser submetido a testes. Lembre-se de que o objetivo é gastar o mínimo de recursos possíveis, mas sem permitir que o produto deixe de ser um produto para ser só um conjunto de funções sem sentido.
Bom, agora que você já sabe mais sobre a importância da validação, e conhece ferramentas para testar sua hipóteses, é hora de colocar a mão na massa e, digamos, lapidar a sua ideia para que ela seja um sucesso de mercado. Boa sorte.