Segundo um relatório recente do Fórum Econômico Mundial, que o NaPrática.org explica melhor aqui, o mercado de trabalho global mudará muito nas próximas décadas, especialmente devido aos avanços da tecnologia, uma indústria que deve crescer muito e em que mulheres são subrepresentadas nos mais diversos níveis.
Caso decisões não sejam tomadas para diminuir o gender gap, avisa o órgão, as mulheres correm o risco de perder as melhores oportunidades profissionais de amanhã. E como a tecnologia avança para impactar inúmeras outras áreas e indústrias, o problema não estará restrito a nada.
Com o tema em mente, a Vogue americana buscou as opiniões de altas executivas que persistiram apesar dos desafios e hoje trabalham com tecnologia no Vale do Silício: como elas veem o ambiente profissional da indústria hoje e que conselhos de carreira dariam a outras mulheres?
Vale lembrar que homens e mulheres interessados em seguir carreira na área tecnológica, startups ou empreendedorismo, podem se inscrever até o dia 17/9 na Conferência Na Prática, evento de carreira gratuito organizado pela Fundação Estudar que ocorre em São Paulo, no dia 30/10, e reúne jovens e diversas empresas em busca de novos talentos.
Para Caryn Marooney, vice-presidente de Comunicação Global do Facebook, Sheryl Sandberg é uma pioneira em que vale a pena se inspirar. “Aprendi quase tudo com ela: tenha um lugar na mesa, ocupe o espaço que você tem e tenha coragem de dizer o que realmente pensa.”
Pensando em como agia anos atrás, Marooney vê uma jovem estressada, nervosa e que constantemente se comparava aos outros – um comportamento que se intensifica entre mulheres na tecnologia. O que ela gostaria de pedir para si mesma, se pudesse, seria calma. “Gostaria de dizer que vai dar tudo certo se você focar no que é boa, no que gosta de fazer e em agregar valor ao lugar em que você está agora.”
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Para Lexi Reese, que foi vice-presidente do Google e hoje é Chief Customer Experience Officer da Gusto, uma grande startup americana, o ambiente precisa ser ativamente diversificado e exige conversas muito honestas entre todos.
Ao mesmo tempo que quer um futuro diferente para o campo, ela não recomenda que as mulheres esperem um momento mais propício para começar. “Não enlouqueça pensando no futuro. Preste atenção no agora e no bem que você pode fazer agora.”
É uma abordagem parecida com a que Ellen Petry Leanse, ex-executiva da Apple e do Google e hoje professora na Stanford University, sugere. É preciso começar agora, sem rodeios e sem debates sem fim sobre o que poderia mudar ou de quem é a culpa.
“Não vai ter desculpa, não vai ter prova. Não vai ter explicação ou justificativa sobre quem somos ou porque pertencemos àquele lugar. Vamos simplesmente aparecer e trazer nosso poder feminino para beneficiar o paradigma existente e torná-lo melhor do que é hoje.”
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Shaherose Charania, confudadora do Women 2.0 e fundadora do Founder Labs, também recomenda que as mulheres não se intimidem: “Encontre sua voz e use quem você é como uma vantagem. Deixe as pessoas saberem quais são seus pontos fortes. Torne-se marca”. Para ela, buscar inspiração e mentoria em profissionais mais experientes também é uma boa estratégia, mas deve ser proposto como uma troca: “Faça amigos com pessoas que estão cinco, dez, vinte anos à frente de você na carreira. É um tipo de relação de mentoria, com certeza, mas faça ela ser uma via de mão dupla, na qual você também sabe qual é seu valor. mesmo quando você está conversando com alguém que tem vinte anos a mais de carreira, essa pessoa ainda tem algo a aprender com você “.