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Flávia Faugeres: “Muitas empresas estão focadas na meta de diversidade, e não na de inclusão”

Co-fundadora da Learntofly, Flávia Faugeres acredita que é preciso garantir que as metas de diversidade estejam juntas das metas de inclusão (Imagem: Arquivo Pessoal)

Em evento organizado pela Fundação Estudar nesta quinta-feira, 20, a co-fundadora da Learntofly, Flávia Faugeres, foi uma das convidadas para discutir a presença feminina em posições de liderança no mercado de trabalho brasileiro.

Durante sua fala, ao ser questionada sobre os responsáveis por levar mais mulheres à chefia, a empresária explicou que será preciso mudar o sentido das ações dentro das empresas. Na sua visão, políticas que tornem as mulheres seguras em seus cargos serão as mais representativas.

“Muitas empresas estão focadas apenas na meta de diversidade, e não nas de inclusão”, apontou Flávia. “Ao chegar às empresas, nós precisamos ter conexões, redes de apoio e nos sentirmos queridas. Não se trata apenas de ‘colocar’ as mulheres nas organizações.”

Sobre o papel das mulheres, por outro lado, Flávia falou ainda da importância de as lideranças femininas estarem dispostas a aprender com outras referências femininas. Segundo a executiva, grande parte do que ela aprendeu sobre acolhimento e inclusão começou a surgir apenas nos últimos anos.

“No início, era necessário adotar códigos de conduta masculinos para liderar”, relatou. “Eu só fui descobrir o que era minha liderança feminina, eu já estava madura. Muito da minha consciência como mulher no ambiente de trabalho só veio nos últimos 3 anos.”

O evento também contou com o lançamento da Masterclass “Liderança Feminina” da própria Flávia Faugeres, na plataforma Escola de Liderança da Fundação Estudar.

Internet facilita debate, mas muda desafios

Para a influenciadora digital Hosana Gomes, a internet democratiza o debate sobre igualdade entre homens e mulheres, mas também ajuda a criar soluções superficiais (Imagem: Arquivo Pessoal)

Também convidada para a mesa redonda desta quinta-feira, a modelo, ativista e influenciadora digital Hosana Gomes situou as descobertas recentes de Flávia no âmbito da internet. Para ela, as redes sociais foram fundamentais para democratizar o acesso das pessoas ao debate ao mesmo tempo em que tornaram as discussões mais superficiais.

“A discussão sobre a mulher no ambiente de trabalho é uma análise psicológica, sociológica e antropológica difícil que a gente está fazendo de uma forma muito rápida”, descreveu Hosana. “E isso traz soluções que acabam nos frustrando.”

Para resolver esse problema, a ativista ressaltou que é preciso eliminar vieses inconscientes nas relações coporativas que, mesmo com programas de diversidade, ainda travam o bem-estar das mulheres.

Cenário demanda estar aberta ao futuro

Talita Nascimento, co-fundadora e conselheira do Vamos Juntas, avalia que as mulheres precisam estar abertas às mudanças para continuar conquistando espaço (Imagem: Arquivo Pessoal)

Também presente na mesa redonda desta noite, a co-fundadora e conselheira do Instituto Vamos Juntas Talita Nascimento avaliou que as mulheres precisam compreender que as mudanças ainda vão continuar por muitos anos.

“É preciso ser humilde para pensar que, em 20 anos, vão olhar para o que estamos fazendo hoje e achar tudo errado [como nós fazemos ao olhar para o passado]”, analisa Talita.

Sobre isso, Talita se lembrou de quando estava no seu primeiro emprego, em meados de 2009, quando um dos seus colegas disse que “gostava de trabalhar” com ela “porque ela trabalhava como um homem.”

À época, ela diz, aquilo soou como elogio e o fato de ela ser única pareceu algo positivo. Hoje, porém, ela diz que sua visão mudou, e que a exceção, que bastava antes, agora precisa se tornar padrão.

“Um sinal de sucesso pra mim hoje não é [ver] uma exceção, e sim [ver] uma rede que consegue trazer mais mulheres [para dentro das empresas].”

Assista à integra da mesa redonda

 

Além da estreia da Masterclass Liderança Feminina de Flávia Faugeres, o evento também marcou o lançamento do programa “Elas que Saltam”, uma iniciativa da Escola de Liderança e da Fundação Estudar, que distribuirá 100 bolsas da plataforma para mulheres empreendedoras periféricas e tem inscrições abertas até 25/11/22.

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