Candidatar-se a um programa de MBA fora do Brasil não é tarefa fácil, já que demanda muito planejamento, estudo e organização. Quando, como e por onde começar?
Primeiro, é claro, você precisa se perguntar se preenche os pré-requisitos básicos dos programas, como ter o mínimo de dois anos de experiência de trabalho; se está no momento de carreira e de vida adequado; e se suas ambições futuras são compatíveis com os objetivos do curso. É preciso saber se, de fato, um MBA no exterior é o programa certo para você.
Depois, você precisa de um mínimo de planejamento para dar conta do processo de application (candidatura). Para cumprir todos os passos necessários com calma, o adequado para começar a se preparar é de seis meses a um ano antes da data limite de entrega (deadlines) da sua candidatura. Por quê? Vejamos:
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Rounds de deadlines Há uma certa variação de acordo com o programa, mas em geral, as deadlines de escolas americanas se concentram em 3 rounds: o primeiro (R1) entre setembro e outubro; o segundo (R2) no começo de janeiro e o terceiro (R3), entre março e abril. Qual a diferença de aplicar no R1 versus o R2?
Os candidatos brasileiros mais bem preparados normalmente se organizam para focar no R1, enquanto que o R2 é comumente inundado com aplicantes dos mais diversos níveis.
Podemos dizer que no R1 se tem mais qualidade, e no R2, mais quantidade, mas as chances de entrar são praticamente as mesmas.
E o R3? Com aproximadamente 90% das vagas preenchidas no primeiro e no segundo rounds, conquistar uma vaga no R3 torna-se mais difícil.
Lembre-se também de que você só pode aplicar uma vez para determinada escola em cada ciclo (ou seja, em um dos rounds). Se não for aprovado, pode tentar novamente no ano seguinte.
Testes (GMAT / GRE e TOEFL / IELTS) Pré-requisitos para praticamente todos os programas de MBA no exterior, GMAT ou GRE e TOEFL ou IELTS são provas que demandam grande preparação.
Muitas vezes, o maior desafio não está no conteúdo, mas sim no controle emocional para responder a questões de nível variado em pouquíssimo tempo.
Na jornada para chegar a uma nota competitiva, contar com o apoio de materiais de qualidade que incluam simulados e de professores especialistas nos testes pode fazer a diferença.
Um bom conselho é começar a preparação com seis meses de antecedência. De acordo com o GMAC, instituição que administra o teste do GMAT, candidatos que obtêm notas acima de 600 estudam, em média, 107 horas.
Avalie sua história e pesquise sobre as escolas Se começar cedo, você terá tempo de analisar sua experiência internacional e de liderança, e engajamento com a comunidade. Caso identifique pontos fracos em algum desses quesitos, ainda terá alguns meses para aprimorá-los ou reforçá-los.
Já para conhecer melhor as opções de escolas e programas, vale ir além da pesquisa básica no google e dos rankings. Encontre alunos e ex-alunos em redes profissionais como o LinkedIn, conte a eles sobre seus planos e agende uma conversa para tirar dúvidas e reunir ideias.
Participe de feiras de MBA e sessões informativas e busque demonstrar o seu interesse de forma ativa. Isso certamente se refletirá na qualidade da sua candidatura.
CV, redações, cartas de recomendação, formulário online, traduções A escrita das redações (essays) é provavelmente a parte que consome mais tempo do candidato. Para muitos, é também a mais prazerosa.
Enquanto o CV e as cartas de recomendação mostram ao comitê de admissões a sua trajetória e impacto profissional, nas redações você pode deixar sua autenticidade fluir.
Essa é a chance de mostrar seus valores e contar histórias pessoais que influenciaram seu caráter e os porquês de cada escolha profissional.Também espera-se que você tenha refletido profundamente sobre suas ambições futuras, e em como o programa em questão se encaixa no seu momento de carreira e de vida.
Questões como: “Por que um MBA? Por que agora? Por que essa escola?”, devem ser respondidas de maneira clara, interligando-se com a sua história. Por isso, é fundamental que você tenha uma boa estratégia de storytelling.
Outro aspecto relevante é a escolha dos recomendadores, que devem ter convivido substancialmente com o candidato no ambiente de trabalho para ter “autoridade” suficiente para falar sobre ele. Em geral, um deles deve ser o seu supervisor atual. Coordenar o envio das cartas – que depende de outras pessoas – no tempo certo também mostra a maturidade e a capacidade de organização do candidato.
Detalhes como o preenchimento do formulário online sem os comuns erros de digitação; um currículo conciso (toda a sua vida profissional deve ser resumida em apenas uma página!) e ao mesmo tempo impactante; e traduções do diploma e do histórico escolar da graduação (e também pós-graduação, se houver), completam o pacote da application. Com tantas etapas, convém se planejar ao máximo para evitar que o processo seja mais estressante que o necessário. Veja aqui uma sugestão de mapa de ação para aproveitar ao máximo essa jornada.
Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora, portal de estudos no exterior da Fundação Estudar