Artur Avila se tornou conhecido entre pesquisadores por sua capacidade de resolver operações matemáticas de grande complexidade, o que lhe valeu a Medalha Fields, o “Nobel da Matemática”, a primeira para a América Latina e maior prêmio já conquistado por um cientista brasileiro.
Considerado prodígio desde o ensino fundamental, ele teve uma carreira meteórica. Ganhou sua primeira medalha de ouro aos 16 anos, na Olimpíada Internacional de Matemática. Um ano depois entrou e concluiu o mestrado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
Ao mesmo tempo que obtinha o diploma de graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defendeu o doutorado, em 2001, quando pode validar os diplomas de pós-graduação. Tornou-se o profissional mais novo a assumir a direção de pesquisa no conceituado Centro Nacional de Pesquisas Científicas de Paris, aos 29 anos. O foco de seu trabalho é uma área da matemática conhecida como sistemas dinâmicos. Mais especificamente, ele usa equações para compreender sistemas quânticos.
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Ao remontar a trajetória que o levou a ser considerado um dos maiores matemáticos do mundo, ele não tenta contar uma história linear. Muito do que deu certo, ele admite, não veio a partir de decisões muito conscientes ou embasadas. No cenário ideal, claro, teriam sido fruto de planejamento… Mas nem sempre funciona assim.
No fundo, a questão principal é estar pronto. “Você tem que ter se colocado em uma posição de aproveitar as oportunidades, estar preparado quando elas aparecerem”, conta.
Na entrevista a seguir, ele fala sobre o estereótipo da genialidade e o papel da sorte no sucesso, e dá sua opinião sobre a perspectiva de carreira para um pesquisador no Brasil. Confira:
1. Qual o papel da genialidade, do esforço e da sorte no sucesso?
2. Como você explica o seu sucesso?
3. Como você decidiu ser pesquisador e qual sua visão dessa carreira no Brasil?