Com a pandemia de Covid-19, a inquietação profissional e a busca por mudanças de carreira parece ter tomado conta do Brasil e do mundo. Segundo levantamento “O que trabalhadores esperam em 2021”, realizado pela IBM com profissionais de nove países, pelo menos um a cada dez brasileiros deixou o emprego voluntariamente no ano passado.
“Os empregadores continuam a enfrentar desafios para atrair, reter e envolver candidatos e funcionários – especialmente da geração Y e Z”, pontua Kelly Ribeiro, Líder de Talento e Transformação da IBM para a América Latina.
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Ainda de acordo com a pesquisa, 31% dos brasileiros pesquisados disseram que planejam fazer mudanças de carreira em 2021. Dentre as principais razões apontadas, as mais comuns são por aumento salarial ou promoção (33%), mais benefícios e suporte para bem-estar (29%) e mudança de profissão (27%).
Além disso, outros dois motivos apontados pelos brasileiros que pretendem pedir demissão neste ano é a busca por um trabalho com mais propósito e significado (25%) e esgotamento profissional (23%).
Profissionais cientes das habilidades, mas ansiando por mais
Embora 45% das organizações pesquisadas tenham afirmado que não conseguem encontrar as habilidades de que precisam, a maioria dos profissionais se sentem adequados. O estudo aponta que 87% acreditam que já possuem as habilidades necessárias para cumprir suas metas de emprego para 2021.
O alto índice, porém, não tem impedido que muitos colaboradores queiram desenvolvê-las ainda mais. Entre os brasileiros pesquisados, 58% pretendem fazer cursos de educação continuada online. Além disso, outros 36% e 35% planejam, respectivamente, fazer cursos presenciais e participar de programas de shadowing profissional.
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Mais valores e benefícios no trabalho
Outra consequência que a pandemia parece ter gerado é a necessidade de engajamento por parte dos profissionais. Para 52% dos pesquisados, é necessário gerar oportunidades de desenvolvimento e ascensão na carreira. Quase a mesma porcentagem acredita que a ética e os valores da empresa (51%) também são um atributo-chave.
Por fim, remuneração e benefícios competitivos (46%) bem como o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal/flexibilidade (44%) também foram mencionados como prioridades entre os pesquisados.