A “vontade de empreender” não é só responsável pela criação da fintech FIDUC, mas também o que Pedro Guimarães vê como pivô de sua carreira bem diversificada. Formado em Administração de Empresas pela PUC-Rio, antes de atuar com finanças, trabalhou na fazenda de palmito de desenvolvimento sustentável do pai, no Amapá. Só saiu porque sentia que precisava estar mais perto do centro urbano, conta.
Seu tempo na Conspiração Filmes, que tem entre suas produções títulos como “2 filhos de Francisco”, “A Mulher Invisível” e a “Casa de Areia”, foi fundamental para traçar o caminho profissional. “Os fundadores da Conspiração Filmes eram meus amigos e originalmente me chamaram para ajudá-los com algumas planilhas de suporte para apresentação a um possível investidor”, lembra.
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Como progressão, foi se tornando responsável pelo setor financeiro da produtora, mas só foi entender sua vocação depois de aceitar uma oportunidade na área comercial. “Rapidamente percebi que gostava e que gostava mais ainda de fazer a ponte com players do mercado financeiro”, diz Pedro.
Não só tomou importantes decisões profissionais nesse tempo anterior à FIDUC, mas também se preparou para assumir outras posições. Teve possibilidade de se testar em liderança de pessoas de origens muito distintas, aprender sobre conversão de vendas e habilidade interpessoal junto a mercados diferentes, conta ele. “Essas experiências acabam fazendo com que você cresça e reveja novos conceitos e práticas do mercado”.
FIDUC
Seu desenvolvimento como líder veio a calhar quando migrou para o empreendedorismo. Ainda mais quando a nova área envolve novos obstáculos, comuns a todas as startups, como “excesso de regulamentação e acesso a capital”. E outros, específicos. Em seu caso, ligados ao ramo das fintechs – startups do setor financeiro: como “o acesso à rede bancária operando em plataformas ‘open banking’ para as que tenham clientes próprios”.
Open banking, basicamente, é um modelo de negócios que permite que as instituições financeiras liberem interfaces (APIs, de Application Programming Interfaces). São estas APIs que possibilitam que outras empresas ofereçam serviços específicos vinculados. É o caso de fintechs como o Nubank, e também a FIDUC, da qual Pedro é sócio-fundador e CEO.
Porém, diferente do Nubank, a proposta da FIDUC não é ser um banco digital. Mas, sim, oferecer serviços de educação financeira e gestão patrimonial, por meio de seus associados. “Ela surgiu da ideia de trazer o modelo fiduciário de gestão patrimonial, que é muito popular em países como EUA e Inglaterra, para o Brasil e em larga escala”, conta Pedro.
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Modelo fiduciário e “associados”
Este modelo prevê que o pagamento se dê por uma taxa de administração – proporcional ao patrimônio administrado pela empresa -, e não por venda de produtos financeiros, como nos bancos tradicionais, por exemplo.
Ainda segundo o empresário, a FIDUC replica o da St. James Place Wealth Management, do Reino Unido. A empresa pertence ao FTSE 100 Index, índice do mercado de ações que contém as 100 companhias com maior capitalização da bolsa de valores de Londres. Com a inspiração, o CEO da fintech brasileira espera “tornar a educação financeira mais acessível no país”.
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Os “associados”, para a FIDUC, são profissionais do mercado financeiro que viram sócios após comprar cotas da empresa. Eles passam por capacitação e recebem mentoria sobre planejamento financeiro, vendas e liderança. São as associados que atendem os clientes “mostrando as melhores formas de investir” de acordo com seus interesses, explica Pedro. Em troca, recebem parte do lucro recebido pela fintech.
Atuando com foco na proximidade com os clientes, eles são diretamente responsáveis pelo serviço de educação financeira “de alta qualidade”, “que não se restringe apenas” aos que têm “alto poder aquisitivo”, características que o fundador aponta como diferenciais.