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ESG para além do E: como empresas aplicam ações de sustentabilidade na prática?

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Foto de Alena Koval

Com as mudanças climáticas e as crises econômicas em todo o mundo, pessoas e organizações passaram a dar mais importância à temática da sustentabilidade na hora de fazer planos. Critérios de investimentos, por exemplo, baseados em preceitos ESG (Ambientais, sociais e de governança), passaram a estar no centro das discussões em muitos espaços de decisão.

Segundo a Robert Half, porém, 56% das empresas brasileiras ainda não possuem uma área dedicada a pensar o tema. Grande parte delas, de acordo com o estudo da consultoria, aponta a dificuldade de encontrar talentos na área como um entrave para desenvolver ações de impacto.

Para ajudar a lançar luz sobre esse cenário controverso, a Fundação Estudar convidou as especialistas Mariana Kurtz, do Suporte Técnico de Sustentabilidade da São Martinho, e Fabiola Lima, gerente do Instituto Lojas Renner, para uma mesa redonda no evento Conexão realizado nessa terça-feira, 9. Elas ajudaram a dar um panorama de como ações práticas em ESG são desenvolvidas e ampliaram a percepção do tema para além da icrise ambiental.

Como as empresas que promovem ESG definem o tema internamente?

Embora a discussão sobre ESG esteja crescendo nos dias atuais, ações na área têm sido feitas há décadas em organizações pioneiras. Na Renner S.A., por exemplo, o que há hoje é uma percepção de que as crises atuais trouxeram mais maturidade para a discussão.

“Empresas ficam mais preparadas para mudança de produção e comportamento quando baseiam ações em ESG”, explica Fabiola, que já toca ações na área dentro da empresa desde 2008. “E, de 2020 para 2020, tivemos muitas mudanças que mostraram como empresas mais maduras no tema de sustentabilidade conseguiram passar pela crise pandêmica de forma um pouco mais tranquila.”

Nesse sentido, a responsável pelo Instituto Renner explicou que é fundamental pensar o tema da sustentabilidade para além do ambiental. As mudanças climáticas, na visão da especialista, impactam mais as pessoas em situação de vulnerabilidade. Assim, ao falar da parte ambiental em ESG, será fundamental, sempre, falar também na parte social e vice-versa.

A importância de pensar sustentabilidade de forma ampla motivou a consolidação de uma área exclusivamente dedicada à ESG na São Martinho a partir de 2021. A empresa, que atua no setor derivados de cana, compreendeu, segundo Mariana, que as ações no setor não são pontuais, mas de longo prazo.

“Hoje, comitês táticos e executivos se reúnem periodicamente para definir metas estratégias no tema de ESG [para serem aplicados na organização]”, explica Mariana. “Nos comitês, são analisados os indicadores de ESG das áreas para determinar ações de melhoria.”

O G em ESG: como é pensada a Governança?

O ponto principal, na visão de Mariana, para descrever a governança no contexto da sustentabilidade está em pensar no acesso a investimento. Segundo ela, as empresas precisam criar padrões de governança criteriosos para terem capital aberto na bolsa de valores brasileira. Dessa forma, comitês, conselhos e regras são criados para ampliar a transparência nos processos internos das organizações.

Indo de encontro à postura adotada pela São Martinho, Fabíola conta que, na Renner S.A., a sustentabilidade também é tratada como uma estratégia de negócio. Lá, a área de sustentabilidade tem um setor próprio mas visa criar influência e ações em todas as áreas, para que mudanças sejam definidas de maneira homogênea na empresa.

“É preciso Começar a analisar riscos que podem ser mitigados pela ótica do ESG. Assim, é possível conectar o tema de ESG ao core do negócio e colocar a sustentabilidade no produto final, que é a forma materializada do ESG pro cliente final.”

O S em ESG: Estratégias para melhorar a sociedade no entorno do negócio

Na Renner, como explica Fabiola, existe um pilar pensado para as pessoas que enfoca diversidade e inclusão. A ideia, segundo ela, é “construir relações humanas e diversas para garantir que todos realizem seus potenciais.”

Na prática, programas que visam levar pessoas negras e mulheres a cargos de liderança já são implementados na companhia em que, hoje, 64% das lideranças já são femininas.

“São três frentes estruturantes que ajudam a montar as ações”, explica. “Geração de emprego e renda, o projeto de algoão agroecológico e o empoderamento feminino.”

Já na São Martinho, que atua principalmente no campo, as equipes da organização realizam diagnósticos sociais para entender os impactos em potencial da atividade da organização nas cidades do entorno.

“Com essas informações, nós conseguimos criar uma boa estratégia de investimento social para gerar valor para empresa e para área, criando valor compartilhado”, analisa Mariana.

Os estudos, ao fim do processo, permitem a criação de programas de formação e trabalho que educam e empregam pessoas nas cidades próximas às usinas da São Martinho. Voltados para todas as idades, essas iniciativas fazem com que a atividade das empresas gere frutos para a comunidade que vive o cotidiano agrícola.

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