Mais da metade das deep techs brasileiras vêm de universidades

Foto mostra três estudantes caminhando em área externa do campus da Unicamp
Estudantes no campus da Unicamp. Crédito: Divulgação | Unicamp
Enquanto o Brasil consolida sua posição como líder em número de deep techs na América Latina, abrigando 952 startups de base científica, essa liderança é impulsionada, em grande parte, pelas universidades brasileiras. É delas que vieram 56% das deep techs que existem no país.
Deep tech é o termo usado para classificar as startups que oferecem produtos ou serviços baseados em pesquisas científicas e tecnológicas de ponta.
Esse dado aparece no relatório Deep Techs Radar Brasil 2025, elaborado pela consultoria Emerge. A pesquisa mostra que as universidades que originaram mais empresas do setor são a Universidade de São Paulo (USP), com 20,7%, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 7,4%, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 6,9%.
Ao todo, 40,6% das spin-offs acadêmicas no Brasil se concentram em São Paulo. O Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar, com 15,7%. “A concentração em poucas instituições cria uma dinâmica assimétrica”, destaca o relatório. 

Pessoal qualificado e força da pesquisa acadêmica

“É um peso muito relevante, sem o qual o ecossistema brasileiro estaria mais pobre”, ressalta Daniel Pimentel, co-founder e Diretor de Universidades na Emerge.

“Não só nossa pesquisa, mas diversas teses, discussões e artigos mostram que a variável mais relevante para criar-se empresas de base tecnológica é a formação de pessoal qualificado, especialmente mestrado e doutorado, onde entra a universidade pública como um todo, sobretudo a pesquisa. Com o avanço no conhecimento, você tem descobertas de produtos, processos e serviços inovadores”, acrescenta Pimentel.

O relatório também menciona a importância do ecossistema brasileiro na inovação, contribuindo para um destaque significativo em termos de publicações científicas (mais de 700 mil) e patentes. 

Recorde de patentes na América Latina

Universidades públicas brasileiras representam quatro entre os cinco maiores depositantes de patentes na América Latina nos últimos 20 anos. Segundo a pesquisa da Emerge, o Brasil lidera o depósito de patentes na região, com 21.929 patentes registradas. Esse número mostra a força dos centros de pesquisa e das universidades do país.

As cinco melhores universidades são:

  1. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – 869 registros.
  2. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – 833 registros.
  3. Universidade de São Paulo (USP) – 758 depósitos de patentes.

À frente delas, só aparece a Petrobras, com 946 patentes.

Leia também: Deep Tech: saiba como funciona esse setor inovador no Brasil

Do lado corporativo, só três empresas privadas figuram entre os 20 maiores depositantes de patentes da região – Petrobras, Braskem e Natura, todas brasileiras. Dessa forma, o estudo mostra “que a ciência latino-americana já se consolidou como motor de inovação, mas a transformação desse conhecimento em tecnologia aplicada ainda depende fortemente do setor público”.

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