Pessoal qualificado e força da pesquisa acadêmica
“É um peso muito relevante, sem o qual o ecossistema brasileiro estaria mais pobre”, ressalta Daniel Pimentel, co-founder e Diretor de Universidades na Emerge.
“Não só nossa pesquisa, mas diversas teses, discussões e artigos mostram que a variável mais relevante para criar-se empresas de base tecnológica é a formação de pessoal qualificado, especialmente mestrado e doutorado, onde entra a universidade pública como um todo, sobretudo a pesquisa. Com o avanço no conhecimento, você tem descobertas de produtos, processos e serviços inovadores”, acrescenta Pimentel.
Recorde de patentes na América Latina
Universidades públicas brasileiras representam quatro entre os cinco maiores depositantes de patentes na América Latina nos últimos 20 anos. Segundo a pesquisa da Emerge, o Brasil lidera o depósito de patentes na região, com 21.929 patentes registradas. Esse número mostra a força dos centros de pesquisa e das universidades do país.
As cinco melhores universidades são:
- Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – 869 registros.
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – 833 registros.
- Universidade de São Paulo (USP) – 758 depósitos de patentes.
À frente delas, só aparece a Petrobras, com 946 patentes.
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Do lado corporativo, só três empresas privadas figuram entre os 20 maiores depositantes de patentes da região – Petrobras, Braskem e Natura, todas brasileiras. Dessa forma, o estudo mostra “que a ciência latino-americana já se consolidou como motor de inovação, mas a transformação desse conhecimento em tecnologia aplicada ainda depende fortemente do setor público”.