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Como o estudo da econometria pode impulsionar sua carreira (mesmo sem ser um economista)

econometria

Priscila Fernandes Ribeiro se encantou pela econometria há treze anos, quando cursava sua graduação em Economia na Ibmec, hoje Insper, em São Paulo.

Professora da instituição desde 2012 e ex-bolsista da Fundação Estudar, ela tem um mestrado e um doutorado sobre o tema, que é cada vez mais comum (e procurado) pela gestão pública e pelo setor privado. A organização, inclusive, está com o seu processo seletivo para concessão de bolsas de estudo aberto, e é possível se candidatar por aqui.  

Econometria

O termo econometria foi cunhado nos anos 1920 e é descrito pela Sociedade Brasileira de Econometria como “o estudo e aplicação de métodos quantitativos em economia e finanças”. “No fundo, econometria é testar teorias econômicas”, resume a professora.

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Na prática, o profissional usa estatística aplicada e análise de dados para entender ou prever um problema econômico – e esse conhecimento pode ser útil em diversas áreas além das finanças, como no desenvolvimento de políticas públicas eficazes e até marketing e recursos humanos.

Um exemplo de aplicação é a pesquisa de Ribeiro, que estuda como a inflação influencia o comportamento de famílias brasileiras e a compra de alimentos no país atualmente.

“Estudo vários aspectos da economia doméstica, como padrão e frequência de compras, que tipo de alimento é comprado, como isso afeta o peso dos recém-nascidos… A forma como a inflação afeta as compras também afeta a saúde e alimentação fora de casa”, fala.

Apesar do nome, o tema não é fechado aos economistas de formação. “É preciso saber algumas coisas relacionadas à estatística básica, mas a linguagem da economia não é necessária”, afirma.

O que é econometria e quais são seus objetivos?

Econometria é estatística aplicada aos problemas do dia a dia. O que ela quer é saber se toda a simplificação que um economista faz pra gerar resultados que o levam a acreditar em certos tipos de comportamentos – de pessoas, firmas ou países – de fato se traduz na realidade.

Ela traduz esses comportamentos e vê se são aderentes ou não com um certo tipo de teoria, e tenta casá-los para que os resultados de alguma política sejam os melhores possíveis.

Mais do que empregar técnicas sofisticadas, a econometria analisa os dados para verificar se uma ação que foi feita teve impacto e que impacto foi esse. É preciso traduzir a informação dos números, não só olhar para eles.

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Como a econometria aparece no cotidiano?

No dia a dia, ela aparece na explicação de nosso padrão de consumo e do que influencia nossas escolhas. As pessoas querem maximizar utilidade, então vão escolher os produtos do mercado que lhes trazem maior satisfação sujeitos às restrições orçamentárias.

Mas como fazer para que a empresa que está vendendo um determinado produto consiga tentar convencer alguém a comprar aquele tipo de produto?

É preciso ter um conjuntos de dados de várias famílias diferentes pra entender o padrão de consumo daqueles indivíduos e juntar a teoria da escolha individual, a teoria da empresa e a estatística, que nos diz onde focar [em termos de estratégia].

Como é a situação dos dados disponíveis no Brasil?

A sistematização de coleta de dados vai desde os supermercados e Big Data – quando insiro meu CPF e compro, por exemplo, os dados da compra são ligados ao documento – aos órgãos governamentais, como IBGE.

O que ocorre pouco no Brasil em relação a outros países é quebra de séries macroeconômicas, porque temos muitas revisões de metodologia e isso cria uma certa dificuldade pra estudar principalmente comportamentos de longo prazo.

As séries históricas no Brasil são curtas e isso, na econometria, é muito sensível. Como posso verificar algo a partir dos dados se tenho poucos indivíduos? Quanto mais dados tenho, melhor posso fazer um julgamento a respeito de uma intervenção ou uma política pública.

Priscila Fernandes Ribeiro
[Priscila Fernandes Ribeiro / acervo pessoal]

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Desde que começou seus estudos, a demanda por conhecimentos econométricos cresceu?

Cresceu muito, e não só pra economistas. As instituições estão muito preocupadas em medir de forma correta os impactos das políticas adotadas, em elaborar estratégias e fazer previsões.

A concorrência é muito acirrada em alguns setores, então esse conhecimento especifico é muito demandado – principalmente se a pessoa que conhece as técnicas também saiba traduzi-las para o dia a dia da empresa, já que nem todos vão saber ler um resultado.

Muito da econometria são análises de dados e construção de modelos. O avanço tecnológico – softwares que analisam grandes quantidades de dados, por exemplo – facilitou o dia a dia?

A facilidade com que você pode consultar e programar um software é muito maior do que em 2003, quando comecei, e os softwares são mais amigáveis.

Naquela época, era preciso pegar um manual gigante na biblioteca para aprender a programar. Hoje basta acessar um vídeo no YouTube para saber o que fazer. Infelizmente há poucos softwares brasileiros confiáveis, mas muito material e muitas aulas de outros países, incluindo cursos online.

Os avanços trouxeram mais tranquilidade aos alunos também. Econometria era uma aula muito temida e ficou mais fácil enxergar que, apesar do nome, é uma ferramenta para analisar ações e comportamentos que se relaciona com vários temas e disciplinas.

Quais são as possibilidades de carreira para quem tem conhecimentos econométricos?

São inúmeras. Eu mesma já trabalhei em várias áreas de bancos na transição entre meu mestrado e meu doutorado, tanto na área de avaliação de risco quanto em macroeconomia. Acredito que sejam poucos os ambientes, no mercado financeiro ou em uma empresa, que não usem análise de dados.

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