Não há como negar que o mercado de trabalho está passando por drásticas transformações. Elas ocorrem em parte por mudanças socioeconômicas e tecnológicas, mas também pela transição de gerações dentro das organizações. Consultora em desempenho organizacional da Gallup, Shannon Mullen O’Keefe afirma que é essencial que as empresas examinem e estruturem corretamente sua cultura empresarial para lidar bem com esse cenário, em artigo publicado pela empresa.
O papel da cultura empresarial no futuro do trabalho
Se por um lado as inovações tecnológicas exigem a atenção do mercado que luta para se manter competitivo, por outro os profissionais demandam novas lideranças e estratégias para atrair e reter talentos. Representantes da maior parcela do mercado de trabalho, os millennials mais do que nunca “querem ser conhecidos pelo que os tornam únicos”, segundo pesquisa da Gallup, exigindo que as empresas tenham uma cultura empresarial que valorize o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores.
Segundo O’Keefe, empresas e lideranças precisam se questionar sobre como estão acompanhando as necessidades de desenvolvimento profissional exigidas pelos trabalhadores, que também são essenciais para a sobrevivência das organizações em um ambiente de trabalho que muda rapidamente, além das inovações tecnológicas. Ela afirma que, para enfrentar essas transformações, os líderes devem parar e fazer um balanço de sua cultura empresarial imediatamente.
A consultora defende que as iniciativas para lidar com as mudanças do mercado de trabalho não terão sucesso se a cultura empresarial da organização não estiver preparada para isso. Ela recomenda que as lideranças questionem se o objetivo da organização, assim como a missão, visão e valores, atende às necessidades do ambiente de trabalho em mudança. Sem um objetivo claro, as empresas terão dificuldades para alinhar e engajar suas equipes e suprir as demandas do novo mercado.
A importância de valores claros
Os colaboradores só estarão dispostos a experimentar formatos novos de trabalho, que se alinhem ao futuro do trabalho, se entenderem claramente como as novidades estão relacionadas ao propósito da empresa, de acordo com a especialista. Mas, para isso, a cultura empresarial precisa incluir valores como abertura para mudanças e investimento em desenvolvimento. Quando os líderes conseguem implementar essa visão e ter toda a equipe alinhada ao mesmo propósito, eles eliminam resistência à transformação desde o princípio.
Para que isso seja colocado em prática, a liderança precisa encorajar a prática desses valores, comunicando a importância deles aos gerentes, que podem reforçar esses valores em hábitos diários com suas equipes. O’Keefe cita alguns exemplos de como isso pode acontecer dentro da rotina das organizações.
#1 Líderes reforçam os valores nas reuniões e nas conversas com suas equipes, para que os colaboradores estejam informados, conscientes e entendam como podem contribuir com a cultura empresarial.
#2 Profissionais responsáveis pela alocação de recursos incorporam um cronograma que atenda às necessidades de desenvolvimento e aprendizado associadas aos esforços de mudança.
#3 A liderança reconhece esforços e iniciativas alinhados com esses valores. Isso pode significar conceder novas certificações ou até mesmo comemorar funcionários mais seniores que trabalham para implantar seus conhecimentos e experiências de novas maneiras que beneficiam a empresa conforme as necessidades mudam.
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Contudo, se a alta gestão não participa desse processo, os esforços são em vão. Para realmente estabelecer a cultura empresarial, é necessário muita comunicação e compartilhar constantemente histórias e melhores práticas. O’Keefe ainda opina que apostar na transformação de cultura de uma empresa em momentos de mudança de mentalidade tem benefícios no longo prazo.
A cultura empresarial é um componente essencial para a marca de um negócio. De acordo com a consultora, quando fatores culturais importantes são usados para melhorar o desempenho, não são apenas as equipes atuais que se beneficiam – os talentos que os líderes querem atrair para a organização também notam a mudança. Assim, o investimento em liderança é recompensado quando o engajamento permanece forte, mas também quando novos novos talentos desejam se unir para contribuir com o futuro.