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Carole Robin: “Aprendi a liderar depois de quinze anos não sendo vista como humana”

Em um mundo no qual discutimos o destino das relações humanas e sua natureza, olhares científicos e apurados podem nos ajudar a entender melhor o convívio com o diferente. 

Parte dessa visão está no livro Connect, da professora de Stanford Carole Robin, que participou nesta semana do Encontro Anual da Fundação Estudar, em São Paulo, onde presenteou os convidados com uma aula magna sobre como construir relações mais fortes no trabalho.

Diante de uma plateia com centenas de novas e consolidadas lideranças do mercado brasileiro, Robin falou sobre os marcos determinantes para construir relações mais profundas e duradouras.

“Aprendi a liderar depois de quinze anos não sendo vista como humana”, disse ela, sua fala de abertura, ela ao se referir à lembrança da primeira vez em que se emocionou diante da sua equipe. “Você é humana, afinal?”, eles perguntaram à época.

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Relação robusta e relação excepcional

No início de sua exposição, Robin pediu aos presentes que refletissem sobre alguns aspectos fundamentais da liderança. Na visão da professora, o primeiro passo para construir uma relação de liderança forte e “excepcional” é entender porque algumas pessoas são seguidas e questionar: “Por que alguém seguiria você?”

A resposta, para Robin, é simples.

“É preciso criar uma conexão com a pessoa”, explicou a pesquisadora.

E é a partir dessa percepção que as pessoas podem, segundo Carole, avançar na melhoria das relações, passando pela etapa inicial, do contato disfuncional, para chegar a relações robustas e, no fim, a relações excepcionais.

“É preciso fazer adaptações, porém, a depender de cada cultura”, explicou. “Seja a cultura de um país ou de um lugar específico.”

A demanda por vulnerabilidade

O primeiro passo, segundo Robin, é conseguir fazer com que as pessoas te conheçam melhor. Essa atitude, de se mostrar verdadeiramente, cria mais oportunidades para criar conexão (identificação) ao mesmo tempo que constrói confiança com outros e até autoconhecimento.

O contrário disso, para a especialista, prejudica completamente a construção de relacionamentos. “Quanto menos falamos, menos recebemos de volta”, conclui ela.

Para se abrir a essa possibilidade, é preciso evoluir progressivamente.

“Todos nós temos uma zona de conforto, uma zona de desconforto e uma zona de aprendizado, que fica entre as duas primeiras.

A ideia, segundo a professora, é avançar apenas 15% de cada vez para fora da zona de conforto. Assim, à medida em que evoluímos, ampliamos nossa capacidade de falar sobre nós mesmos.

Em paralelo, o valor da nossa vulnerabilidade é posto à prova. Porque, quanto mais compartilhamos e não somos punidos por isso, mais confiamos que podemos nos mostrar.

“É um equilíbrio progressivo”, aponta Robin. “Você não vai de zero a cem em poucos segundos. Você vai aumentar o tamanho da sua zona de conforto devagar.”

Pequenos buracos podem virar grandes erosões

Em outro momento da aula, Robin explicou a importância da honestidade nas relações. Ela demonstrou como é prejudicial que as pessoas guardem sentimentos e opiniões sobre pequenos incômodos que, com o tempo, vão crescendo

“Pequenos buracos podem virar grandes erosões”, ilustrou ela. “Normalmente, olhamos para essas pequenas coisas e dizemos que isso não é importante. Mas se você se importa com a outra pessoa, você vai dizer algo sobre essas pequenas coisas aparentemente pouco importantes.”

Essa atitude é rara, porém, segundo Robin. O medo de ferir ou ser ferido emocionalmente acaba diminuindo o ímpeto das pessoas.

“Precisamos pensar qual problema é maior. O medo de dizer algo que te incomoda é maior do que o perigo de manter uma situação problemática?”

Fórmula para dar um feedback efetivo

Para os iniciantes na arte do feedback, Robin propõe uma fórmula que ajuda a sensibilizar as pessoas que vão receber o feedback.

Para isso, ela diz que é importante entender um princípio psicológico primeiro. Esse princípio, segundo Robin, diz que as pessoas não gostam de receber críticas que determinam algo sobre o caráter delas.

Ou seja: é importante conseguir dizer como você se sente sobre o comportamento das pessoas, mas, nesse caminho, validar as intenções dela.

A fórmula, portanto, é assim:

Quando você [comportamento], eu me sinto [sentimento]

Use, portanto:

Quando você não olha nos meus olhos, eu não me sinto ouvido.

Ao invés de:

Você não se importa comigo.

 

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Com a fórmula de Robin, você tem a oportunidade de apontar um aspecto do comportamento da pessoa, dando a ela a oportunidade de refletir e dialogar com você sobre possíveis soluções.

“Feedback nunca é positivo ou negativo. Feedback é sempre uma informação”, explicou Robin.

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