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Aos vinte anos, Anderson já tinha criado três empresas de sucesso na web

Anderson Ferminiano

Encontrar Anderson Ferminiano, 20, na internet não é tarefa difícil. Além de o estudante estar em todas as redes sociais, ele também é figurinha repetida em reportagens sobre empreendedorismo, games e programação. Interessado em “usar a criatividade para resolver problemas”, é sempre descrito como “o cara”. Desde 2013, é também bolsista da Fundação Estudar.

Ele é fundador do Estudar Nos EUA, um site direcionado a estudantes interessados em se formar no exterior, do Plaay, um stream de música, e do Voxus.TV, uma plataforma de vídeos que une interação e monetização em um só lugar, o rapaz se dedica, agora, a sua formação em Babson College, uma das melhores universidades americanas de negócios, e afirma que seu maior sonho é abrir uma empresa nos Estados Unidos.

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Nascido em São Paulo, Anderson se interessou cedo por games, programação e internet. Aos 12 anos, tinha uma rotina parecida com a de muitos garotos. Ia para a escola, jogava videogame na volta e, mais à noite, fazia a lição de casa. Se viu tomado pelo hobbie já nessa idade. O aperfeiçoamento veio de forma natural. “Eu gostava muito de um jogo chamado Tibia naquela época e comecei a entrar em fóruns e conhecer gente que me ensinava muita coisa. Comecei programando servidores piratas e fui me desenvolvendo a partir daí. Conheci muitas pessoas de agências pequenas e topei, aos 13 anos, programar sites inteiros por 30, 50 reais. Era legal porque eu, naquela idade, conseguia gastar o dinheiro com o que quisesse”, conta.

Criou, ainda com 13 anos e com cerca de 100 reais no bolso, sua primeira tentativa de negócio, o Pokemon Revenge, um jogo de pokemons que permitia que as pessoas escolhessem seis personagens online e batalhassem uns com os outros. Em poucos meses, Anderson conseguiu reunir cerca de 13 mil usuários, distribuídos não só pelo Brasil como também por países como Portugal, Austrália e Estados Unidos. O jogo era um sucesso, mas o primeiro problema veio rápido demais: Anderson não poderia comercializá-lo daquela forma porque os Pokemons eram um produto da Nintendo.

Início de carreira 

O desejo de Anderson de se tornar financeiramente independente só cresceu. Filho de mãe experiente em Administração, Anderson colocou os ensinamentos que adquiriu em casa em prática. Apesar de vir de família de classe média e não passar por nenhuma dificuldade, conseguiu seu primeiro emprego aos 14 anos, e decidiu, sozinho e com gosto, colaborar com as despesas pagando parte do seu ensino médio.

O paulista trabalhou como jovem aprendiz na MadeInWeb, uma empresa de desenvolvimento de sites na capital. Era programador mas, com o tempo, percebeu que só programar não era bem o que queria. Ele queria resolver problemas de forma criativa. Sabia que se daria melhor em uma área em que pudesse tirar suas ideias do papel. Teve o apoio total dos chefes. Aprendeu, então, a programar para iPhone e iniciou um setor de aplicativos na empresa.

Em 2012, poucos meses antes de deixar a empresa que o deu seu primeiro emprego, Anderson criou, com os amigos Henrique Dubugras e Gustavo Haddad, o seu primeiro grande projeto pessoal, o site Estudar nos EUA, com dicas para estudantes interessados em ter uma formação no exterior e que virou referência no assunto. Aquela foi a primeira vez que ele saía para buscar investidores – e encontrou! Recebeu mais de 50 mil reais da Fundação Lemann. A ideia de empreender o fascinou, mas ele ainda precisava tirar da lista um sonho antigo: o de estudar fora.

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Experiência internacional

Anderson se mudaria para o Vale do Silício, em São Francisco, alguns meses depois. “Fiquei na Califórnia para estudar inglês e para aprender como funcionavam as faculdades por lá. Queria conhecer, de fato, como era a realidade de estudar nos Estados Unidos. Também queria começar a empreender de verdade”, conta ele.

Demorou pouco tempo para o rapaz ter outra grande ideia. Em janeiro de 2013, pensou no Plaay, um stream de música brasileiro que, hoje em dia, tem o patrocínio da Pepsi. Trabalhou no projeto sozinho por um mês e chamou João Pedro Motta para a empreitada. Depois de redesenharem o projeto juntos, o colocaram na rua.

O Plaay também foi um sucesso, mas coordená-lo de longe não estava dando certo para Anderson – e ficaria ainda mais complicado alguns meses depois, quando ele conseguiu uma bolsa na Fundação Estudar para o Babson College, uma faculdade referência no ensino de empreendedorismo em Massachusets, nos Estados Unidos.

“Trabalhei até outubro de 2014 no Plaay, mas vendi há pouco tempo para o João e para o fundo que investiu na gente. Estava um pouco difícil tocar o projeto paralelo e continuar estudando. Eu tranquei um semestre no ano passado só para vir ao Brasil e negociar essa venda. Não sabia quando ia acabar”, diz.

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A negociação com o Plaay foi fechada duas semanas depois de Anderson ter trancado o semestre na Babson. Sem poder “voltar atrás” no trancamento, Anderson resolveu passar seis meses no Brasil. Nesse tempo, já conhecido de muitas empresas, enviou currículos para trabalhar e “ocupar” os meses até voltar aos Estados Unidos. Foi admitido em outubro de 2014 pelo Grupo Mix.

Voxus.TV

“Eu tinha muita curiosidade de saber como era trabalhar numa empresa de 50 ou 100 mil funcionários. Queria saber como era ser CEO de uma empresa grande. Queria saber como gerenciar uma empresa desse porte. Então, nesse período, fui trabalhar com o Fernando Di Genio, do Grupo Mix. Foi um trabalho legal porque aprendi muito. Comecei a trabalhar com o CEO e o meu foco era analisar todas as empresas do grupo e identificar oportunidades de implementar serviços de internet e ver como como a internet e os meios digitais poderiam melhorar aquele grupo. Eu observava as pessoas e tirava conclusões. Observei o grupo e apontei quais ações eram boas e quais poderiam melhorar”, conta.

Quando chegou ao fim dos quatro ou cinco meses de consultoria no Grupo Mix, Anderson estava realizado. Apresentou suas ideias de mudanças para o presidente do grupo e recebeu a proposta de implementar uma delas, com o aporte financeiro do Grupo. Foi assim que, em dezembro de 2014, surgiu a mais recente empresa de Anderson, a Voxus.TV.

O Voxus é uma plataforma de vídeos que ajuda os influenciadores brasileiros a ganharem dinheiro a partir de suas criações. O site tem como objetivo principal agregar canais de vlogueiros e blogueiros com conteúdo e vantagens exclusivas para assinantes (ou “fãs”, como gosta de chamar).

Com cinco meses no ar, o Voxus.TV já tem em sua plataforma canais famosos como Não Salvo e o Bobagento, e vloggers e apresentadores de peso, como Mauro Nakada e Caco de Castro. Com isso, já contabiliza 2 milhões de usuários únicos mensais e mais de 12 milhões de visualizações de vídeos por mês.

A operação do Voxus continua no Brasil, com cerca de 20 funcionários, mas Anderson, que tem como maior sonho criar uma empresa nos Estados Unidos, não vê a hora de levar a plataforma para o exterior. “A gente está crescendo a operação brasileira para chegar no momento certo para começar a operar aqui fora. Se eu crio algo aqui fora agora, perto o foco inicial de crescimento no Brasil. Provavelmente também traremos sócios daqui”, diz.

Para o jovem empreendedor, a maior facilidade da nova empresa é a ter um time forte. “Como estou me dedicando à faculdade, faço as coisas no tempo que dá. Ter um time forte e experiente no Brasil para conseguir me dar um pouco de sossedo para estudar faz a diferença. É uma equipe pequena em que eu consigo confiar. Ter confiança na equipe é a coisa mais importante na hora de tocar um negócio”, afirma.

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Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT 

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