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De estagiária a gerente de projeto estadual no governo do Mato Grosso do Sul

Gisele Fiori e Hosilene - Vetor Brasil

Aprender ou aprender – não há outro caminho para quem quer fazer a diferença na gestão pública. A frase é da engenheira ambiental Gisele Fiori, trainee do Vetor Brasil na Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização do Mato Grosso do Sul. “Minhas capacidades de networking e de comunicação melhoraram muito”, fala. “Sou introvertida e sempre me escondi, mas agora estou muito tranquila para falar sobre meu trabalho.”

Há seis meses em Campo Grande, ela é formada pela Unesp e trabalhava como estagiária de políticas públicas de educação ambiental em Sorocaba quando foi selecionada pelo programa, que está com inscrições abertas até 19/9.

“Sair da esfera municipal para a estadual foi o ponto que mais me atraiu”, explica. No Vetor, jovens de alto potencial são treinados e inseridos na gestão pública por dois anos, onde criam boas práticas e se desenvolvem pessoal e profissionalmente.

Em sua jornada, Gisele tem tido a ajuda da gestora, Hosilene Lubacheski. Chefe de assessoria de gestão estratégica e desburocratização do órgão, ela atua no setor público há doze anos e conhece bem os meandros. Quando a trainee chegou, ofereceu-lhe a chance de gerenciar a implementação de um novo escritório central de processos para o governo sul mato-grossense.

“Precisávamos de alguém que tivesse dedicação e interesse em aprender, porque atendemos todo o governo estadual e gerenciamos todos os projetos da secretaria”, diz. “Como trabalhar com gestão de processos no setor público era o objetivo de Gisele, caiu como uma luva.”

Gisele Fiori - Vetor Brasil
[Em Campo Grande / acervo pessoal]

Hosilene considera o programa uma proposta inovadora, capaz de oxigenar a gestão pública e ao mesmo tempo colocar novos profissionais no mercado. “Precisamos de jovens com gás e atualizados, donos de pensamentos mais modernos”, fala. “A estabilidade nos prejudica demais porque as pessoas se acomodam.”

Num ambiente mais aberto às mudanças – afinal, a missão de “desburocratizar” está no nome –, Gisele já conseguiu introduzir novidades, como reuniões semanais de feedback, e se tornou colaboradora próxima da gestora.

“Sempre recebo e-mails sobre dinâmicas para melhorar relações interpessoais e formas de administrar nossa equipe, e até algumas leituras”, explica Hosilene. “Eu precisava de alguém com esse olhar atento porque, quando só há uma pessoa para monitorar, acompanhar e gerenciar, você acaba deixando algumas coisas escaparem.”

Cotidiano Já no primeiro dia, Hosilene levou Gisele e outros três trainees para uma tour da sede e seus funcionários. “Tomamos o cuidado de ter essa recepção porque é uma pessoa sozinha, numa cidade nova, com um trabalho novo e uma expectativa bem alta. Queríamos recebe-los bem.”

Deu certo. “Sabia que seria – e é – um grande desafio, mas aqui estou numa posição de liderança”, diz Gisele. “De que outra forma eu conseguiria algo assim? Na assessoria, eu respondo diretamente para o secretário.”

No dia a dia, a engenheira usa a capacidade analítica que afinou na universidade para criar inovações em seu projeto, que tem como objetivo modernizar processos como compras governamentais e gestão de pessoas para torná-los mais econômicos, perenes e padronizados.

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No meio tempo, descobriu que um grande desafio é convencer líderes que a mudança de cultura vale a pena. “As pessoas compram assim porque é como tem sido feito há muitos anos, mas dá para simplificar!”, fala. “Quero que comprem minha ideia de algo mais prático, eficiente e descomplicado.”

A ideia é que o escritório atinja seu nível de maturidade até 2018, ano em que acaba o programa de trainee. Depois de implementado, ele seguirá aumentando sua capacidade e eventualmente fará a gestão de processos de todo o governo. “Acho que vou ter que segurá-la aqui”, brinca a gestora.

Desenvolvimento Para se preparar, Gisele pesquisou estruturas públicas, o governo do Mato Grosso do Sul e a prática de gestão de processos. Contou também com o treinamento oferecido pelo Vetor. “A preparação inicial é importante para que todos tenham uma base mais nivelada de conhecimentos. O Vetor não delimita formações na hora de escolher os trainees, então são todos muito diferentes”, explica.

Nos treinamentos presenciais, que acontecem duas vezes ao ano, a troca de ideias entre trainees e referências no setor é um ponto alto para Gisele. No resto do ano, assim que surge um questionamento, ela pode recorrer à rede de contatos da organização. “Seja de orçamento público, direito administrativo ou Excel, podemos mandar qualquer dúvida vinte e quatro horas por dia no grupo e resolver o problema.”

“Ela é uma menina exageradamente disciplinada”, ri Hosilene. Foco, atenção ao detalhe e perfeccionismo são algumas das características destacadas. “Demos a ela uma responsabilidade muito grande como gerente do projeto e isso pode assustar um pouquinho, mas faz parte. Como gestora, cabe a mim direcionar seu trabalho para o resultado e dar o apoio que ela precisa.”

Gisele concorda com a avaliação. “Ainda tenho dificuldades em gerir meu tempo e falar ‘pronto, acabei’”, conta. “Mas admiro muito a forma como a Hosilene lidera e tenho com ela uma relação muito aberta, tanto para dar ou para pedir feedback. Qualquer coisa que eu queira entender, mesmo que seja boba, posso perguntar para ela.”

A experiência tem sido muito positiva, mas quase não começou. Gisele se lembra de um dia, duas semanas antes da viagem a Campo Grande, em que se sentiu desnorteada. “Pensava que desburocratização não tinha nada a ver comigo”, lembra.

Desabafou ao telefone com Tâmara Andrade, head de seleção e desenvolvimento do Vetor Brasil, e se acalmou. “Ela disse: ‘Participa do treinamento e, se continuar achando que não dá, desiste’. Óbvio que não desisti! Depois que você começa, não tem como largar mais.”

“Acho que ela vai ser uma excelente profissional”, orgulha-se a gestora. “Ninguém segura a Gisele.”

Inscreva-se no processo seletivo do Vetor Brasil até 19/9

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