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‘Ao voltar do mestrado, o mercado apostou em mim e cresci rapidamente’

Bernardo Wjuniski

Bernardo Stuhlberger Wjuniski, de 30 anos, é bolsista da Fundação Estudar e diretor para América Latina da Medley Global Advisors. Formado em Economia pela FGV-SP, cursou mestrado em Economic History pela London School of Economics, no Reino Unido, em 2008, e hoje cursa o doutorado na mesma instituição. A seguir, ele escreve sobre a decisão de estudar fora e o impacto em sua carreira:

Na carreira de economista, vejo que é quase uma exigência do mercado obter um mestrado para crescer e, como eu queria esse crescimento rápido, fui para a London School of Economics, em 2008, praticamente direto da graduação e com uma bolsa da Fundação Estudar.

Além da sinalização que ele representa para o mercado, o mestrado me imergiu numa forma diferente de aprender que acabou transformando minha forma de pensar e trabalhar. Impressionou-me também o acesso a métodos bons e a pessoas boas, de lugares diferentes e com outras formas de fazer as coisas.

Leia também: O impacto de uma pós-graduação no exterior na carreira

Escolhi estudar fora pensando no que um diploma internacional de renome poderia acarretar para mim no Brasil, e acabei retornando a LSE para fazer meu atual doutorado e dar um novo salto na carreira. A escolha da instituição se deu pelo formato de mestrado oferecido, que é mais parecido com o que conhecemos no Brasil e algo originalmente europeu. Por ser um mestrado curto, de um ano, permitiu que eu voltasse logo ao mercado de trabalho.

Voltei no mesmo cargo, mas fui rapidamente posto em uma posição bem mais sênior, que inclusive não era consistente com minha idade. Era uma aposta em mim. Um ano e meio depois, fui para a Medley Global Advisors, a empresa de consultoria global onde estou hoje, aos 30 anos. Acredito que o meu perfil mais internacionalizado, o mestrado e a fluência no inglês fizeram toda a diferença.

Minha ideia sempre foi retornar ao Brasil para contribuir de diversas maneiras. Ainda estou numa fase em que minha maior contribuição se dá no setor privado, mas pretendo contribuir academicamente ao estudar e pensar o Brasil. Também tenho interesse de, em algum momento, trabalhar no governo.

O processo de passar pelo mestrado e pelo doutorado sem dúvida tem a ver com minha preparação para oferecer algo ao desenvolvimento nacional. E isso vai acontecer quando eu estiver preparado, não importa em que ciclo a política ou a economia brasileiras estiverem. Estou me preparando para qualquer alternativa! Até lá os desafios podem ter aumentado ainda mais, mas é capaz disso aumentar minha vontade também. É mais legal fazer algo quando se tem algo grande para fazer!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora

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