Professora e pesquisadora da Universidade de Houston, Brené Brown é especialista em vulnerabilidade, coragem, empatia e vergonha. Com um total de cinco livros publicados, das quais todos ocuparam o primeiro lugar da lista dos mais vendidos do New York Times, sua última obra Coragem Para Liderar traz os resultados de sete anos de pesquisa e lições de liderança, a partir de entrevistas com representantes de grandes companhias. Conheça algumas das lições de liderança da obra!
9 lições de liderança do livro “A coragem para liderar”, de Brené Brown
Lição 1: O mercado precisa de líderes corajosos (mas não sabe onde encontrá-los)
Quando Brené questionou o que precisaria ser mudado nas atuais formas de liderança para que os líderes fossem mais bem sucedidos em ambientes diversos, desafiadores e em constante mudança, todos os entrevistados afirmaram que os profissionais em posição de liderança e as culturas das empresas precisam ser mais corajosas. E uma das lições de liderança descobertas pela pesquisadora é que, apesar de serem capazes de apontar habilidades importantes em um líder, a maioria dos entrevistados não soube elencar quais características eram essenciais para uma liderança corajosa. Portanto, mesmo sabendo que tipo de líderes o ambiente organizacional precisa, a maioria das empresas não sabe como desenvolver essas lideranças.
Lição 2: A coragem pode ser ensinada
A pesquisadora afirma que essa capacidade está mais relacionada com a forma como as pessoas se comportam do que com quem elas são. Ao contrário do que muitos acreditam, é possível ensinar um líder a ter coragem. Isso porque ela é uma combinação de quatro habilidades: encarar a vulnerabilidade, viver de acordo com valores, desafiar a confiança e aprender a crescer. Para Brené, trabalhar a questão da vulnerabilidade é uma das lições de liderança mais importantes para desenvolver líderes do futuro, que se torna uma premissa para trabalhar as demais competências.
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Lição 3: O medo não é um obstáculo para a liderança destemida
Todos os líderes entrevistados garantiram sentir medo regularmente. Portanto, a pesquisadora conclui que o medo em si não é um empecilho para a liderança, mas sim a forma como cada pessoa reage ao seu medo. Dentro das lições de liderança, Brené introduz o conceito de liderança com armadura, que ocorre quando os líderes utilizam de pensamentos, comportamentos e emoções como forma de proteção, evitando lidar com a vulnerabilidade. Para desconstruir a armadura, é preciso ter autocompaixão e paciência.
Lição 4: A cultura da empresa impacta diretamente na coragem dos profissionais
Para que os líderes, e demais colaboradores, possam desenvolver a coragem dentro do ambiente de trabalho, é preciso criar uma cultura que valorize o trabalho duro, vulnerabilidade e conversas difíceis. Isso fará com que os profissionais se sintam seguros, respeitados e ouvidos e facilitará o desenvolvimento de vínculos que criarão relacionamentos produtivos entre todas as partes. Além disso, comportamentos como a liderança como armadura não devem ser recompensados. Os líderes devem cultivar uma cultura de pertencimento, inclusão e diversidade.
Lição 5: Líderes precisam prestar atenção nos sentimentos e emoções da equipe
Criar oportunidades para expor medos, sentimentos, expectativas e desejos ocultos é um carácter importante para a liderança corajosa. Segundo Brené, os líderes que não dedicam um tempo razoável para lidar com essas questões, desperdiçam um tempo maior para gerenciar comportamentos improdutivos. Para praticar essas lições de liderança, os líderes precisam ser curiosos e trazer à tona experiências emocionais. Mas é importante levar em consideração, principalmente durante confrontos difíceis, que o líder não pode se responsabilizar pelas emoções dos outros.
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Lição 6: Compartilhar valores ajuda a construir vínculos e confiança
A pesquisadora explica um valor é um modo de ser ou uma crença que considera-se muito importante. Ela recomenda ser transparente sobre seus valores e agir de acordo com eles. Para isso, é preciso sabe nomeá-los, priorizá-los e transformá-los em ações efetivas. A pesquisa aponta que líderes corajosos nunca se calam em assuntos difíceis quando vivem de acordo com seus valores e que esse conjunto de crenças ajuda a construir relacionamentos melhores entre os pares. Os valores da organização também são englobados nesse aspecto e devem ser compartilhados por todos.
Lição 7: Líderes devem trabalhar a empatia
Brené define a empatia como o ato de se conectar com as emoções por trás de uma experiência. Para conseguir realizar essa conexão é preciso aprender algumas lições de liderança como enxergar outros pontos de vista, não julgar as pessoas, ter atenção plena, entender os sentimentos dos demais e comunicar o que entendeu dos sentimentos dessa pessoa. Ela revela ainda que não existe uma receita mágica para criar empatia, e que a melhor estratégia se conectar e prestar atenção ao outro.
Lição 8: Confronte para confiar
O livro utiliza a definição de confiança de Charles Feltman que é pontuada como “escolher o risco de deixar ser vulnerável às ações de outro pessoa algo que você valoriza”. Mas falar sobre confiança é difícil e muitos líderes evitam o tópico, apesar de ser um fator decisivo para o bom funcionamento de equipes. Ao se tratar de confiança, Brené recomenda ser específico, apontar comportamentos e identificar onde estão as falhas. Sete comportamentos trazem lições de liderança para a autonomia da confiança: estabelecer limites, confiabilidade, responsabilização, sigilo, integridade, não julgamento e generosidade.
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Lição 9: Aprenda a se levantar
Não possuir habilidades de risco ou resiliência é um grande empecilho para a liderança. Muitas empresas também erram ao ensinar essas capacidades durante ou após um momento de crise. Brené afirma que líderes que não sabem se reerguer terão mais dificuldades em arriscar. Para aprender a levantar, ela explica que são necessárias três competências: reconhecimento de quando se está tomado por uma emoção (e ter curiosidade sobre ela), confronto com histórias criadas na cabeça de cada um e revolução de abraçar a vulnerabilidade e viver de acordo com seus valores.