É comum ver notícias de que uma empresa comprou outra ou um grupo se fundiu com outro. Exemplo recente é a compra da Avon pela Natura, que se tornou o quarto maior grupo de beleza do mundo. Essa negociações fazem parte do mercado de Fusões e Aquisições (F&A – ou, em inglês, Mergers and Acquisitions, M&A).
Principais motivos para empresas utilizarem Fusões e Aquisições
#1 Acelerar o crescimento
#2 Salvar-se em momento de crise
#3 Aproveitar a fraqueza de outras empresas
#4 Briga entre os sócios
#5 Sair do ramo
#6 Investir em uma oportunidade de mercado
#7 Inovar dentro do segmento
Consultor da HSM Educação Executiva com experiência em Fusões e Aquisições, Jorge Inafuco afirma que o termo se refere a transações de compra e venda de empresas. “Antes isso estava muito ligado a organizações de grande porte, mas agora que temos muitas startups no mercado, muitas vezes essas negociações visam ampliar a atuação de um grupo que quer atuar em novos mercados ou expandir a produção”, explica.
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Jorge afirma que esses processos envolvem um grande número de profissionais, tanto do lado de quem realiza a compra como do lado de quem vende, geralmente especializados na área financeira e formados em administração e economia. “Fazer uma aquisição ou fusão sempre é uma decisão altamente estratégica que envolvem pelo menos dois executivos: o diretor executivo (CEO) e o diretor financeiro (CFO). Além dos dois, do lado de quem compra, é sempre bom ter alguém do ramo de marketing estratégico para enxergar as vantagens competitivas que a negociação pode trazer”, argumenta.
Durante a intermediação, assessores financeiros e jurídicos são importantes para que o processo ocorra de forma tranquila e transparente. “Bancos de investimento, escritórios de advocacia e consultorias costumam fazer esse papel e possuem times especializados em Fusões e Aquisições porque envolvem conhecimentos muito específicos que não necessariamente alguém que entenda muito de mercado financeiro ou contratos vai ter”, aponta.
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Do lado de quem vende, a empresa ainda precisa de um profissional para fazer o business valuation e determinar o valor de mercado da companhia. “Isso incluiu não apenas os ativos e a parte contábil, mas as perspectivas de negócio”, ressalta. Para quem compra, também precisa de um profissional para avaliar essa valuation e confirmar sua procedência. Definidos os valores, começam as negociações.
Outro profissional revelante nesse processo é o especialista em due diligence, que irá investigar a oportunidade e levantar os riscos da operação, como processos trabalhistas envolvendo a empresa, por exemplo. “Quem vai arcar com esses custos? Esse é um dos aspectos que devem ser discutidos durante as negociações. O ideal é que uma auditoria faça essa análise”, explica. Após realizada a operação, profissionais de recursos humanos são responsáveis pela integração dos novos funcionários.
Para Jorge, quem trabalha com Fusões e Aquisições precisa ter tem fortes características: uma visão financeira muito consistente específica do setor, visão estratégica para avaliar as oportunidades e olhar além dos números e conhecimento profundo do mercado como um todo.
Segundo estudiosos, os objetivos das empresas que optam pelo processo de Fusões e Aquisições se dividem em dois: se consolidar e expandir mercado ou desenvolver portfólio com novos modelos de negócios e mudança na área de atuação. Em geral, os benefícios esperados envolvem forte crescimento, redução de custos, ampliação das vantagens competitivas, entrada em novos mercados e aumentar os ganhos e o valor da empresa.
Principais tipos de operações
Fusão: Quando um ou mais grupos se unem para formar uma nova corporação.
Aquisição: Quando uma empresa adquire total ou parcialmente outra.
Incorporação: Quando uma ou mais empresas são absorvidas por outras, causando seu desaparecimento dentro da nova empresa.
Cisão: Quando uma empresa se divide para criar outra(s). A empresa original pode continuar ou se desfazer.
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Etapas do processo de F&A
#1 Desenvolvimento do plano de execução: Estabelece objetivos, identifica alvos, fatores críticos, define os envolvidos e prazos.
#2 Avaliação da empresa: Pesa os benefícios e riscos da transação do ponto de vista financeiro.
#3 Estimativa: Avalia o valor da empresa alvo para escolher aquela que melhor se encaixa com os objetivos da operação e então fazer uma oferta.
#4 Decisão: Os líderes avaliam os prós e contra para decidir como proceder.
#5 Negociação: Estrutura a operação.
#6 Diligência prévia: Investiga a oportunidade observando os riscos da transação, com uma revisão completa das questões da negociação.
#7 Conclusão: Fase de ajustes finais e negociação, se necessário. Ao final, o contrato é assinado e finaliza-se a transação.
Não existe um modelo definido de como essas operações devem ser feitas, apenas boas práticas que vem dos escritórios de advocacia e consultorias para transmitir segurança na transação para todas as partes e respeitar as exigências legais. O processo começa assim que uma das empresas sinaliza interesse em realizar a operação e as negociações ocorrem de acordo com os interesses dos dois lados.