Que o trabalho voluntário é uma forma de contribuir para o desenvolvimento da sociedade, todos sabem. Mas, algo menos abordado sobre ele, é o fato de que quem o faz tira uma série de aprendizados da experiência. É o que sente Diana Geraissati, estudante de design gráfico que, além de fazer estágio em sua área, trabalha em ONGs.
Desde 2015 ela contribui frequentemente com a Teto (Un Techo Para Mi Pais, em português “Um Teto para meu País”), que atua na defesa dos direitos de pessoas que vivem nas favelas mais precárias. “Aparentemente você está dando muito mais do que recebendo, mas não é verdade”, diz. “É algo que transforma a minha vida, minha existência e o jeito que conduzo todos os meus atos”, completa a estudante, que hoje tem função de líder na ONG, comandando uma equipe e instruindo voluntários.
Leia também: Empreendedorismo social: 10 dicas para arrecadar fundos
É uma relação de trabalho diferente, não baseada em compromisso. Diana conta que aceita os trabalhos que pode, o que, como líder, inclui também visitar a comunidade e participar de treinamentos.
Para quem se interessa pela atividade, há muitas opções de instituições que oferecem essa possibilidade – inclusive, internacionais. Conheça algumas delas aqui.
Voluntariado na Fundação Estudar
Arthur Lyra, Analista de Estratégia na Accenture, considera que o trabalho voluntário foi muito importante para sua entrada no mercado de trabalho. Voluntário na Fundação Estudar desde 2014 – “entre indas e vindas” -, trabalha como organizador e facilitador ou mentor do curso Liderança Na Prática 16h, que traz conteúdo prático sobre liderança. Só no ano passado, mil voluntários participaram das edições do Lid16h.
“Atualmente, como mentor, sou o responsável pela gestão de algumas edições do programa, acompanhando os organizadores durante todo o processo que envolve a preparação e realização das edições pelas cidades do país, transmitindo a experiência que tive quando estava organizando e também o meu conhecimento em gestão de projetos”, conta.
As inscrições para o Programa de Voluntários 2018 da Fundação Estudar estão abertas até o dia 30 de junho. É possível escolher entre três tipos de voluntariado. Os partners, que cuidam da organização do programa, podem também conhecer mais sobre a Fundação Estudar e participar do curso.
Quer ser um voluntário na Fundação Estudar? Inscreva-se!
Facilitador é a segunda opção, como o nome deixa claro, facilitam o curso para os participantes, apresentam o conteúdo e promovem as dinâmicas. O objetivo dos facilitadores é manter os participantes engajados. Por último, a opção multiplicador – quem faz o trabalho de partner e facilitador combinados. Ou seja: organiza no pré-curso e facilita no dia da edição.
É possível se inscrever para cada uma das três opções pelo site. Podem participar os interessados de todas as cidades do Brasil – e de países com cidades que tenham muitos universitários brasileiros.
Benefícios do trabalho voluntário para a carreira
Entre os muitos benefícios do trabalho voluntário, estão os voltados à carreira. Diana e Arthur dão exemplos, confira!
#1 Obter experiência e conhecimento
“Aprender a lidar com outras pessoas em um ambiente mais similar ao profissional, sempre procurando estabelecer um bom ambiente de trabalho; saber como suportar adversidades que sempre aparecerão nas atividades desenvolvidas, e resolvê-las da melhor forma possível”, explica Arthur.
Além disso, desenvolvimento de conhecimentos mais específicos. Como mentor do Lid16h, ele cita gestão de projetos, que o impulsionou a seguir carreira em consultoria.
#2 Ampliar a visão de mundo
Para Diana, suas experiências como voluntária ampliaram a sua visão de mundo. “Isso te alivia em muitos sentidos, em questão de ansiedade e estresse porque você entende que não adianta se cobrar tanto e buscar tanto a perfeição”, conta ela.
Na sua vida profissional, o impacto também é benéfico porque tira parte do peso das escolhas. “Quando você tem uma visão de mundo mais ampla e entende muito mais do que os outros passam, você para de focar tanto no seu próprio mundo”.
#3 Desenvolver senso de comprometimento e confiança
“Ser voluntário é um exercício de comprometimento constante”, declara Arthur. “Quando nos propomos a realizar uma atividade de forma voluntária e priorizá-la em relação às outras atividades do dia a dia mostramos o quanto estamos dispostos a nos comprometer com uma causa, a trabalhar com capricho e dedicação para que os objetivos traçados sejam alcançados”, explica.
Em partes, é por isso que o trabalho voluntário é bem visto por recrutadores. Mas as qualidades que você desenvolve também resultam em confiança por parte das outras pessoas e refletem na sua carreira dentro de outras instituições, completa o Analista de Estratégia.
#4 Criar relacionamentos (e fazer networking)
Atuando em ONGs e conhecimento muitas pessoas, Diana afirma que aprendeu a se relacionar muito melhor. De quebra, surgem oportunidades de networking: “Muita gente acredita que quem está nesses projetos são pessoas desocupadas, mas é exatamente o contrário. E aí você tem uma troca de experiências que te ajuda muito”.
Com seus colegas da Teto, por exemplo, a estudante de Design Gráfico já conseguiu até oportunidades de trabalho (remunerado!).
#5 Maior entendimento do propósito de vida
“Ao estar a serviço de outras pessoas, conseguimos entender um pouco mais de nós mesmos, daquilo que nos move, que nos faz doar nosso talento e tempo”, conta Arthur. Ou seja, proporciona melhor entendimento sobre propósito e, consequentemente, a busca por uma carreira que esteja alinhada com ele, completa.