Em 2014, o americano Mark E. Sackett apareceu num palco em Wall Street, em Nova York, para falar sobre networking. A palestra começou com uma bronca: 70% das pessoas não fazem nem follow up com suas conexões, uma parte essencial dessa relação.
“Colecionamos os cartões e colecionamos as pessoas”, resumiu. Fazer networking ativamente, no entanto, não é tão difícil assim – desde que você saiba se apresentar e começar direito.
Isso não se resume a vestir sua melhor roupa e praticar storytelling pelos quatro cantos, mas saber responder quatro perguntas básicas antes de sair de casa para um evento onde o networking será possível:
- Quem é você?
- O que você faz ou gostaria de fazer?
- Por que você está lá especificamente?
- Pelo que você é apaixonado em sua vida?
Com as respostas (concisas e honestas) em mente, é mais fácil entender que tipo de pessoa seria uma boa conexão – e isso funciona também para quem está do outro lado, avaliando como conversar com você.
Para Sackett, a terceira pergunta é certeira para começar uma conversa de maneira genuína. “Não se trata do que você faz, mas porque está aqui. Aproveite as pessoas e aproveite seu dia.”
Suas respostas estão prontas? Então siga em frente para mais conselhos sobre o que fazer (e não fazer) em sua rede de contatos, especialmente nos momentos iniciais.
O que fazer em sua rede de contatos
Faça follow-up
Este é um passo crucial para solidificar um encontro, tanto para você quanto para a pessoa em questão. Lembre-se de dizer quem você é, onde se encontraram e agradecer a conversa. O follow up em si pode ser pelo meio que você preferir: LinkedIn, Facebook, e-mail, etc.
Mantenha 3 perguntas em mente
Segundo Judy Robinett, autora de How to Be a Power Connector, há algumas perguntas que você pode deixar na manga para trabalhar sua rede de contatos, seja em um primeiro encontro ou em um follow up.
1. “Como eu posso te ajudar?”
Essa pergunta faz com que você agregue valor imediatamente para sua conexão. E se você acha que não tem como ajudar, não se preocupe tanto com isso: a pessoa pode precisar de uma sugestão de contato, uma ideia, uma apresentação, uma opinião, uma referência de leitura ou muitas outras coisas.
2. “Que ideias você tem para mim?”
Se você tiver se apresentado claramente – siga as 4 perguntas que estão no início deste artigo para ter essa clareza! –, seu interlocutor pode ter sugestões e referências para você também.
3. “Quem mais você conhece e acha que eu deveria conhecer?”
Se sua intenção está clara e vocês estão entendendo suas respectivas necessidades, essa pergunta vai fazer sua rede se expandir ainda mais.
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Faça um favor
Ao invés de pedir algo, ofereça algo. Segundo Adam Grant, autor de Dar E Receber – Uma Abordagem Revolucionária Sobre Sucesso, Generosidade E Influência, um jeito bom de fazer isso é o favor de 5 minutos.
“Se você pode fazer algo para alguém que leva menos que cinco minutos, só faça”, explica.
Mandar um e-mail, ligar para alguém, fazer uma pergunta… Às vezes são coisas rápidas e fáceis e que fazem com que você adicione um grande valor à sua rede.
Tenha paciência
Pode ser que um relacionamento demore bastante para render frutos, mas não desista. Tenha paciência e continue trabalhando nisso.
Prepare suas perguntas
Já sabe que vai frequentar um evento com pessoas que você gostaria de conhecer? Não custa chegar preparado com algumas perguntas. Foque no que você aprender com suas experiências: o que gostaria de saber sobre elas ou seus trabalhos?
Seja educado com todos
Não assuma que só porque alguém não está de terno ou tem um determinado trabalho não merece estar em seu networking. Além de ser uma premissa social básica, a educação pode te trazer conexões inesperadamente boas.
O que não fazer em sua rede de contatos
Não tente conhecer todo mundo
Se você for tentar conversar com todo mundo num evento, cada conversa terá vinte segundos. Vai ser esquisito e terminar com uma pilha de cartões de visita que você não tem ideia de onde vieram.
Para evitar esse cenário, faça uma curadoria das conexões que você quer (alguns eventos inclusive divulgam a lista de participantes confirmados).
Algumas reflexões para fazer essa curadoria:
- Que tipo de aprendizado ou experiência seriam úteis para você?
- Quais são suas necessidades e interesses profissionais?
- Que tipo de ambiente te deixa mais à vontade para conversar? (Mantenha isso em mente quando selecionar eventos para frequentar!)
Não stalkeie ninguém
Há uma linha tênue entre cultivar sua rede e forçar a barra. Há até uma regra de contatos conhecida como “regra 3/6 de networking”: você tenta contato online com alguém três vezes ao longo de seis semanas. Se não der certo, parta para a próxima.
Não seja uma máquina de cartões
Não haja como se seus cartões fossem flyers promocionais. Primeiro converse com a pessoa e depois ofereça seu cartão.
Não fale tanto
As pessoas adoram responder perguntas. Faça perguntas sobre suas experiências e conhecimentos e escute!
Não seja tímido
Se você é de fato muito tímido, conforte-se sabendo que todo mundo enfrenta problemas na hora de conversar com um estranho. Mas lembre-se: mesmo as pessoas mais próximas a você já foram estranhos um dia.
Comece com um “oi”, se apresente e siga em frente! O máximo que vai acontecer é uma conversa curta.
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Não monopolize os palestrantes
Após uma palestra, é normal que os palestrantes sejam cercados por pessoas que querem saber mais sobre eles ou o que estavam falando – o que é válido.
Mas se você estiver nesse grupo, lembre-se que podem haver outras pessoas na fila e que as pessoas têm horários. Tenha bom senso.
Não esteja desinformado
Saber quem são os palestrantes e qual é o tema do evento, por exemplo, são coisas essenciais. Conhecimentos gerais também são bastante úteis numa conversa informal, assim como conhecimentos sobre sua própria indústria.
Não espere uma oferta de emprego
Sério. Se essa for sua expectativa, saiba que ela pode demorar para acontecer. Afinal, você ofereceria um emprego para alguém em dez minutos? Primeiro estabeleça a conexão, depois pense em como você pode ajudar aquela pessoa ou empresa – e de fato ofereça sua ajuda.