O que este fundo do Vale do Silício busca nas startups brasileiras?

Uma joint venture entre as gestoras de venture capital Redpoint e.ventures, ambas grandes players do Vale do Silício, a Redpoint e.ventures tem sede em São Paulo e foca em startups de tecnologia em estágio inicial.

Atualmente, a empresa tem US$ 130 milhões sob gestão e fez pouco mais de 30 investimentos no país, 25 deles ativos. Entre eles estão as fintechs Creditas, Nibo, Pismo, MinutoSeguros e Magnetis.

“Procuramos empreendedores fantásticos resolvendo problemas grandes”, resume Rodrigo Baer, venture capitalist há sete anos e um dos fundadores da Redpoint e.ventures.

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Como é o processo de prospecção de investimentos?

Olhamos 1500 empresas anualmente, em média, e nossa taxa de investimento é muito baixa: investimos em entre 3 e 11 empresas por ano. Normalmente, são investimentos que acompanham um relacionamento. Nesses casos, já conhecemos o empreendedor e acompanhamos sua evolução. É mais fácil investir em quem a gente já conhece.

Como um empreendedor pode entrar no seu radar?

Conseguir alguém que recomende seu contato ajuda muito. Essa pessoa conhecerá nosso perfil, o que ajuda a filtrar as oportunidades. Vamos ouvir seu pitch e, se não estiver no estágio certo para nós, vamos acompanhando a evolução.

O que avaliam em uma startup?

Temos alguns critérios eliminatórios, como tamanho de mercado, e critérios não-eliminatórios, como a qualidade do empreendedor, seu conhecimento de mercado e quão diferenciada é sua solução.

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A Redpoint e.ventures tem um perfil de empreendedor em mente?

Há coisas que gostamos, mas no fim do dia muda muito. Alguns traços importantes são conhecer seu mercado profundamente e conseguir atrair talentos e motivar um bom time.

Resiliência também é fundamental, porque sabemos que haverá momentos difíceis. Além disso, tem que ser alguém com quem gostamos de trabalhar. Vou passar sete anos lidando com essa pessoa, precisa ser alguém agradável!

Que mudanças viu acontecer no ecossistema de startups brasileiro?

Foram várias ondas claramente demarcadas. A primeira foram os empreendedores estrangeiros criando soluções B2C e com parte dos investimentos de origem internacional. Depois, vimos empreendedores locais surgindo.

Agora, vemos empreendedores locais e mais experientes, que vêm da indústria e trazem um shift para soluções B2B, porque eles têm a experiência da indústria e conhecem seus problemas. Fundamentalmente, a qualidade média do empreendedor melhorou muito e o ecossistema inteiro se desenvolveu.

Em que nichos fintechs têm mais chance para atuar no Brasil?

Tem muitos temas não resolvidos, como recuperação de dívida (que ainda não passou por uma disrupção), investimentos (há várias promessas, mas nenhuma empresa cresceu ainda) e infraestrutura para a indústria financeira (há muita ineficiência no sistema e as pessoas ainda não olharam para essa oportunidade).

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O que um empreendedor deve saber sobre como um investidor pensa?

Ele precisa entender porque um investidor investe e como ele investe. Vemos muita gente tentando ser criativa em formato de investimento. Mas seja criativo em seu negócio, não em cláusulas de contrato!

E assim como conhece seus clientes, o empreendedor precisa conhecer muito bem os fundos. Não é um negócio que todo mundo entende, mas é preciso estudar para entender como venture deals são feitos lá fora. Vai ser muito parecido aqui.

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