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Entenda o que é transformação digital e seus impactos no mercado pós-pandemia

transformação digital
Smiling woman texting on her phone

Um dos efeitos causados pela pandemia do coronavírus foi uma integração ainda maior do uso da tecnologia na rotina de trabalho. A necessidade de ferramentas para tornar isso possível acelerou uma transformação digital que já vinha mostrando sinais dentro do mercado. Mas essa mudança abrupta, impulsionada pelo vírus, pegou muitas organizações de surpresa. Agora, elas precisam se preparar para o novo cenário e saber aproveitar os benefícios dessa transformação digital.

Mas o que é transformação digital?

Diretor de tecnologia da rede varejista Bemol, França Bandeira explica que a transformação digital é a mudança drástica na maneira como as empresas entregam produtos e serviços aos seus clientes. “Isso envolve uma estratégia centrada no cliente, um atendimento que realmente representa valor para o público e também a superação de expectativas. Tudo isso é possível quando conhecemos o comportamento do consumidor, não somente na prática, mas com a ajuda de dados e informações produzidas pelo seu comportamento e do ambiente que o cerca”, esclarece.

Membro do comitê de transformação digital da Bemol, ele ressalta que a transformação digital não é focada em tecnologia, mas sim em cultura. Para França, o que essa transformação traz é o empoderamento das pessoas, com informações, estudos e apropriação profunda dos temas que envolvem os consumidores que serão atendidos em toda a cadeia. Nesse sentido, as empresas precisarão rever suas relações com clientes e colaboradores, trabalhando principalmente a mentalidade dos líderes.

“A pandemia do coronavírus acelerou esse movimento por necessidade de sobrevivência. O momento levou todos a tomarem mais riscos. Se arriscar é uma das peças-chave para a transformação digital. Mas devem ser riscos controlados, com experimentações conduzidas para falhar rápido e corrigir imediatamente, sempre com a estratégia centrada no cliente e com dados e informações precisas e reais. Para isso, é preciso investir em cultura, inovação, tomada de riscos, sem medo de falhar, empoderando as pessoas com informações, formação e conhecimentos estratégicos para que todos ajudem com as metas”, pontua.

As mudanças pós-pandemia

França Bandeira garante que a única coisa que será permanente é a mudança. “As novidades aparecem o tempo todo e tomara que continuem assim. Com mais conexões, necessidade de criação, apetite para riscos e respeito pela diversidade e pelo planeta, novas tecnologias surgirão aos montes, vindas de todos os lugares para resolver problemas diversos. Podemos ver isso com as inovações e soluções tecnológicas que surgiram e ainda surgirão para a cura do COVID-19. A transformação digital e a mudança cultural abrem um mundo de oportunidades para criar e experimentar”, observa.

Contudo, para o executivo, o grande desafio serão as mudanças na forma de trabalhar a gestão de pessoas. “Temos que manter todo mundo no mesmo barco e não deixar ninguém para trás. Para isso, é preciso rever as estratégias organizacionais e adequá-las ao novo processo cultural para a transformação digital. Todos serão e já estão impactados. A pandemia acelerou em anos as mudanças. Hoje já estamos atrasados em tudo. Temos que estudar, estudar e estudar”, sugere.

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Alguns conselhos de França são estudar mais, atrair novos talentos e misturá-los aos já existentes. Além disso, as organizações precisam coordenar a diversidade em uma abordagem orientativa, fomentar a criação e gerar a vontade de arriscar. “E, principalmente, proteger tudo isso dos gestores que não entenderam ainda que o mundo já mudou e que as formas de gerir não são mais as mesmas. Os novos profissionais são mais bem formados e informados do que os de antigamente. Precisam ser incentivados e não controlados”, recomenda.

O diretor de tecnologia pondera que os profissionais devem aproveitar esta grande oportunidade criada pela transformação digital para se atualizar e ampliar as relações, trabalhando o networking. “Fundamentalmente, é usar a sua melhor ferramenta: sua própria cabeça, sua capacidade cognitiva. Seja mais observador, curioso, se arrisque, compartilhe suas ideias sem medo. Errar sempre fez parte do jogo, isso não é nenhuma novidade. Seja autêntico. Mas também tire um tempo para descansar a mente, seja com ioga, atividades físicas, meditação, acampar ou trilhas. Vale qualquer coisa, mas se dê um tempo para si. Senão, o estresse vai estragar tudo”, finaliza.

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