Quando Salim Skaf estava cursando o terceiro ano de engenharia da computação na Universidade de São Paulo (USP), já tinha experimentado iniciação científica e programação e entendido que não queria trabalhar na área.
“Em uma palestra conheci o mercado de private equity e venture capital e achei interessante a possibilidade de aprender sobre o assunto”, conta. Assim, enviou seu currículo para o Pátria Investimentos e foi chamado para uma vaga de estágio após a entrevista. “Ao fim de cada dia de trabalho fui entendendo que tinha encontrado o que queria”, diz Salim, que está na empresa há quatro anos, tendo sido efetivado após dois anos de estágio.
O Pátria faz gestão de investimentos alternativos e assessoria corporativa. É responsável por gerir recursos de investidores institucionais e pessoas físicas em diversos veículos de ativos alternativos, apoiando e criando empresas reconhecidas e de gestão qualificada.
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Private equity e venture capital
Ambas modalidades do mercado financeiro que lidam com gestão de recursos e investimentos, private equity e venture capital são diferentes entre si.
Quando se trata de private equity, um fundo de investimentos adquire uma parcela de uma empresa, geralmente de grande porte, e passa a participar de sua gestão e seu processo decisório, acompanhando tudo de perto e envolvendo-se com o dia a dia da investida por anos.
Para chegar lá, é necessário passar por diversas fases, como prospecção, criação da tese de investimento, originação do negócio, diligência, negociação, investimento, monitoramento e, por fim, a venda das participações, quando o fundo obtém seu lucro.
O período de investimento pode ser longo ou curto, variando de acordo com a estratégia do fundo.
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Já venture capital (VC) trabalha com investimentos de risco, investindo especialmente em empresas de pequeno e médio porte que já têm faturamento expressivo e algum tipo de inovação, como startups.
O objetivo dos venture capitalists é ajudar as companhias a darem um salto de crescimento e, eventualmente, lucrar com a venda de suas participações. Nesse caso, o risco é maior porque a investida ainda está se firmando e os VCs frequentemente acabam atuando como parceiros.
Para escolher onde investir, os profissionais pensam principalmente em áreas e tecnologias que devem se tornar mais lucrativas no futuro do que são hoje.
Atualmente, fintechs, realidade virtual, análise de dados e exploração espacial são campos que se encaixam nesses requisitos – típicos de pólos empreendedores como o Vale do Silício, onde VCs têm bilhões de dólares para usar.
Outro aspecto de venture capital é analisar se os negócios são escaláveis, têm modelo de negócios comprovado, uma proposta de valor clara, uma boa equipe e potencial para gerar valor estratégico. Caso esteja tudo certo, os investimentos podem ser altíssimos.
Teoria e prática no Pátria Investimentos
“Ao entrar no Pátria, é preciso primeiro entender o mercado”, diz Salim. Como o time é pequeno, é importante que cada funcionário compreenda todas as fases do processo. “Há muita confiança em quem chega, e as responsabilidades são grandes desde o começo”, explica.
Ele se dedica, em metade do tempo, aos investimentos, “atrás da mesa, mexendo com planilhas e analisando gráficos”. Na outra metade, dedica-se à gestão empresarial. “Uma vez que concluímos um investimento, o time vai para a empresa para implementar as práticas”. Para ele, isso faz com que a empresa tenha um modelo único de negócios que alia conhecimento teórico e prático.
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Dia a dia
De tempos em tempos, sua equipe se reúne para decidir onde investir em cada setor para, então, se dividir em times de três a quatro pessoas, para investigar melhor os interesses. A pesquisa dos times serve para analisar e entender as melhores opções. “Nós nos fazemos questões como: quais são os melhores nichos dentro de setores ou subsetores para investir neste momento?”, conta.
Quando eles fazem contato com uma companhia, já têm segurança de que ela está alinhada a uma tese prevista, pois é de um setor que está sendo estudado por um a três anos. Em outras vezes, as próprias empresas procuram o Pátria, ou os bancos de investimento (que são como “corretores” de empresas) que fazem esse contato.
O interesse do Pátria não é em comprar a empresa, nem dar dinheiro ao empreendedor, mas fazer negócios ao lado da companhia, participando de suas ações de dentro. “Entramos nas empresas para agregar valor na sua gestão, em vez de ficar em uma posição superior e externa dizendo o que fazer”, explica. Ao investir em uma empresa, avaliam rentabilidade, cultura e sócios. Se tudo isso for muito diferente dos valores do banco, não faz sentido manter o investimento.
A gestão também é forte dentro do próprio Pátria. Afinal, é um tema muito importante para o negócio. “Quando alguém novo chega, como um estagiário, há um material interno para alinhar as expectativas e atitudes.”