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O que um líder precisa ser e ter, na visão de um diretor do Grupo Boticário

Sergio Buria, diretor de Produto do Grupo Boticário

De 2019 para cá, Sérgio Buria, do Grupo Boticário (GB), presenciou uma revolução acontecer diante dos próprios olhos: ao assumir a direção de Produtos Digitais da casa, ele viu uma equipe que era de apenas uma pessoa se tornar um time com 110 profissionais.

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Parece algo surreal, em apenas dois anos, mas ele e seus liderados compõem hoje um setor com 15 squads em que todos têm como objetivo principal trazer a cultura de tecnologia e produtos para o GB.

“Em uma empresa grande como o GB, temos times e estruturas mais robustas para esse suporte e apoio para aprendizados mais rápidos e com apoio”, diz ele ao explicar como esse processo foi possível.

Sergio falou com o Na Prática sobre os desafios de tocar a área de tecnologia de uma empresa com mais de 12 mil colaboradores e presente em mais de 15 países.

A diferença entre empresas grandes e startups para profissionais de tecnologia

Logo de cara, Sérgio explica que os desafios para profissionais de tecnologia mudam em empresas grandes, já consolidadas, quando se compara o mesmo trabalho em organizações iniciantes, como as startups, por exemplo.

“Especificamente para papéis de desenvolvedores, acredito que a principal diferença para quem atua em uma startup é que, normalmente, por estar em um ambiente com menos pessoas, você acaba tendo que se desenvolver em diferentes áreas de tecnologia e ter um perfil mais generalista”, destaca ele.

Segundo o diretor, outro ponto importante que diferencia o trabalho com tecnologia nessas empresas é que, nas startups, o ritmo de experimentação é maior enquanto que nas grandes corporações o processo acontece com base em produtos mais estáveis e que têm maior impacto na vida das pessoas.

Principais áreas de crescimento na área de tecnologia

Sérgio diz que algumas áreas oferecem oportunidades que podem se tornar trampolins para que os profissionais cresçam. São elas:

  • Product Designer (UX);
  • Arquiteto;
  • Analista de SI;
  • Analista de Infra;
  • Desenvolvedor (back, front e mobile);
  • Gestor de Produto;

Para essas e outras áreas, o diretor revela quais são as principais portas de entrada na empresa:

“Hoje além do processo de contratação comum que temos no mercado, temos o programa de estágio Tech, Trainee Tech e temos também o programa Desenvolve, onde em parceria com algumas escolas de aprendizado em programação, formamos pessoas desenvolvedoras de software que gostariam de atuar em tech e que não tiveram oportunidades de fazer uma faculdade ou mesmo que queiram migrar de área.”

Quais são os maiores desafios do gb.tech atualmente?

Sérgio diz que o GB mudou muito desde sua chegada, dois anos atrás, e que muitas coisas evoluíram nesse período. Ainda assim, ele assume que existem diversos desafios pela frente e que a empresa ainda está na fase de crescimento de times e estruturação de sistemas e produtos digitais.

“Existe um desafio de contratação e formação de equipes, sempre com uma barra técnica bem alta e mantendo um nível elevado de diversidade, assim como construção de produtos digitais que gerem impacto na ponta ou modernização da tecnologia de sistemas que temos com fornecedores e sistemas próprios legados”, diz ele.

Nesse sentido, ele aponta 4 características essenciais para aqueles que desejam trabalhar com tecnologia em uma empresa como o GB:

#1. Esteja sempre aprendendo

“Muitas vezes não sabemos como fazer alguma determinada atividade e, independentemente da senioridade, é importante que você tente buscar maneiras de aprender e pôr em prática seu conhecimento. Sempre que for possível, esteja aprofundando mais seu conhecimento ou mesmo se mantendo antenado sobre o mundo da tecnologia. Hoje há diferentes maneiras de se manter atualizado ou aprender novas linguagens, ferramentas e metodologias, com materiais disponíveis de maneira gratuita na internet (como o Youtube por exemplo).”

#2. Tenha espírito de dono e brilho no olho

“Já trabalhou com aquela pessoa que é super empolgada? Que não tem tempo ruim e que vai pra cima? Pois é, trabalhar com pessoas assim é extremamente prazeroso, alguém que vê um problema e ao invés de achar culpados ou esperar que alguém resolva, expõe o problema de maneira positiva para seu grupo e engaja as pessoas para resolvê-lo.”

#3. Nutra suas relações

Para que possamos crescer como indivíduos e empresas, é muito importante trabalhar de maneira colaborativa com as pessoas de diferentes times e áreas. Saber ouvir e se colocar no lugar do próximo são essenciais para se criar bons relacionamentos e parcerias, para que haja uma troca de conhecimentos e que se possa estar sempre evoluindo.”

#4. Tente não ter medo de perguntar e errar

“Uma das coisas mais comuns são pessoas que têm medo de se expor, de perguntar algo que pareça óbvio (e realmente isso é difícil pra muita gente). Você pode até aprender muita coisa sozinho, mas estar em um ambiente que você se sinta seguro para fazer boas perguntas irá acelerar muito seu processo de aprendizagem. Outro ponto é o medo de errar: fazer algo que dá errado faz parte do processo de aprendizagem de pessoas e times; saiba criar mecanismos para que as falhas sejam sempre pequenas, fáceis de reverter e que gerem aprendizados.”

O que muda o jogo para que o jovem profissional vire um líder de tech no futuro?

Por fim, Sérgio diz que algumas das habilidades mais valiosas de um líder é inspirar a equipe. Para ele, é preciso não ter medo de pôr a mão na massa e é preciso ter empatia com o time.

“É preciso ser uma pessoa que se preocupa genuinamente com o bem-estar das pessoas ao seu redor, sendo uma pessoa que saiba ouvir o próximo, ser educado ao mesmo tempo que saiba discordar e ter conversas difíceis, que consiga engajar seu time e outros times com um espírito de dono, sempre se aprimorando e se reinventando. É importante também dar feedbacks constantes, sejam eles de pontos de melhoria ou mesmo de reconhecimento de bom trabalho, tanto para pessoas de áreas próximas, pares e até mesmo para os líderes.”

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