Entre os mundos corporativo e acadêmico

executivos conversando

Luiz Artur Ledur Brito é engenheiro químico, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Durante a faculdade, fez iniciação cientifica, formou-se técnico e começou na área de operações de uma empresa. Chegou a desenvolver uma patente na produção de vácuo, fez protótipos, passou por congressos. Mas, pelos bons resultados, muito cedo foi convidado para migrar para área administrativa, de negócios. “A graduação que você fez não é determinante. Você pode continuar estudando para o resto da vida, deve estar sempre pensando no próximo conhecimento que quer adquirir”, diz.

Ao crescer na área de negócios, Luiz tornou-se executivo de empresas, passou por uma série delas, até que começou a se perguntar se era aquilo mesmo que queria fazer. “Eu me sentia pouco desafiado intelectualmente. Então, decidi fazer um doutorado em Marketing, ao mesmo tempo em que dirigia uma empresa e levava uma vida de executivo. Mas vi que precisaria me dedicar se quisesse seguir a vida acadêmica. Ganha-se menos, mas, para mim, o desafio intelectual valia a pena. Além disso, a academia me permitiria uma continuidade profissional que a vida executiva não permitia”, afirma.

Hoje pesquisador e professor de pós-graduação em Administração de Empresas da FGV, Luiz acredita que ter experiência anterior à academia lhe dá maturidade para melhor priorizar os temas de pesquisa, por exemplo, embora os conhecimentos aprendidos no mercado não sejam usados diretamente em seus estudos. “O que eu vivi foi um caso isolado, é preciso ir muito mais a fundo para chegar a conclusões que de fato fazem sentido para a maioria das pessoas.” Àqueles que acreditam que a teoria não funciona na prática, um recado: “Quem diz isso está precisando estudar mais”.

Práticas de gestão

Luiz estuda, entre outros temas, os fatores que afetam a performance de uma empresa, a partir da medição das práticas de gestão em diferentes setores e países. Setor de atuação, localização, momento do tempo, combinações de fatores externos, características individuais de cada empresa, sorte e azar, tudo isso influencia na performance de uma companhia. “Entre esses fatores, os internos, idiossincráticos, são responsáveis pela maior parcela de variabilidade de desempenho. A qualidade da gestão é um desses fatores”, destaca.

Organizações públicas, segundo ele, são as que têm as piores práticas de gestão em todas as áreas, seguida pelas empresas familiares. As multinacionais, por sua vez, são as melhores avaliadas. Assim, as empresas locais acabam ficando em desvantagem, devido à competição crescente com as multinacionais e os produtos importados. “A gestão de fato tem efeito muito positivo para a performance de qualquer companhia. Vejo aí uma grande oportunidade para o jovem profissional com interesse na área de negócios fazer a diferença no Brasil.”

Para Luiz, existem dois caminhos de fazer a diferença nesse sentido. “Se o jovem entrar numa empresa grande, com ótimas práticas de gestão, vai aprender muito e continuar executando esse aprendizado ao longo da sua carreira. Mas há um desafio maior, que é entrar numa organização que não tem ainda essas práticas, pois o jovem pode de fato contribuir de forma determinante para o desempenho dessa empresa”, aponta.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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