A esta altura você provavelmente já deve ter ouvido (muito!) sobre aplicativo de áudio social Clubhouse. Elon Musk e Bill Gates participaram de conversas ao vivo no aplicativo. E, a qualquer momento, você pode dar de cara com Marc Andreessen, o famoso empresário de do Vale do Silício, a ex-primeira-dama Michelle Obama ou com as personalidades.
Mas se você trabalha dentro de uma grande organização – ao contrário de uma startup de três pessoas – há um conjunto diferente de riscos a serem pesados ao considerar se deve ingressar na comunidade do Clubhouse.
Leia também: LinkedIn: como usar a maior rede profissional do mundo e tirar o máximo proveito
Abaixo estão cinco pontos positivos e três negativos para quem deseja ingressar como profissional na rede. Além disso, há dicas de clubes para seguir e informações sobre o aplicativo. Confira!
5 benefícios do Clubhouse para profissionais
1. Ouvir e aprender
As conversas do clube são geralmente menos formais do que webcasts ou apresentações em conferências, podendo ter a atmosfera de um jantar ou uma boa discussão à mesa de um evento. Por isso, podem ser uma ótima maneira de entender as tendências emergentes ou tecnologias que ainda estão tomando forma – e fazer perguntas ou compartilhar suas próprias observações.
Eles também podem ser uma forma de ouvir o que os consumidores estão dizendo sobre o seu setor. Como alguém disse em uma conversa recente (realizada no Clubhouse, é claro): “se você não está ouvindo seus usuários, seus concorrentes podem estar.”
2. Construção de marca pessoal (e da sua empresa)
Atrair seguidores na plataforma e contribuir em conversas traz alguns benefícios intangíveis de reputação e carreira. Talvez você seja recrutado para ser um painelista de uma conferência futura ou convocado por alguém que está escrevendo um artigo como uma fonte especializada.
Aliás, também é provável que haja valor para sua empresa em ser vista como “voltada para o futuro”, permitindo que você participe. Vale mencionar que, até o momento, o Clubhouse enfatiza que deseja “pessoas reais” no aplicativo, não contas “oficiais” com a marca da empresa.
3. Engajamento de startups e inovação aberta
Se a sua estratégia de inovação envolve a prospecção de startups relevantes ou a promoção de desafios de inovação aberta, o Clubhouse é um ótimo local para fazer as duas coisas. Você pode compartilhar o que está procurando, ou desafios que está enfrentando em sua carreira ou (por que não?) programar uma sessão sobre um assunto que lhe interesse.
4. Aumentar sua rede
Ao contrário das solicitações de conexão aleatórias no LinkedIn, com o Clubhouse você pode adicionar pessoas à sua rede com a sensação de que realmente as “conheceu” e soube como elas pensam. O Clubhouse também é uma forma de reconectar-se acidentalmente com pessoas que você conhece “na vida real”, mas que pode não ver há algum tempo.
5 Recrutamento
O Clubhouse pode ser uma maneira interessante de realizar sessões e mostrar sobre o que sua equipe trabalha e também demonstrar que você está procurando contratar mais pessoas para a equipe. É possível adicionar um link de recrutamento na sua bio.
3 (potenciais) riscos
1. Violar a política de mídia social da sua empresa
É uma ótima ideia conversar com sua equipe de comunicação corporativa antes de participar do Clubhouse – se a sua participação será profissional. Sim, existem pessoas de empresas de capital aberto e grandes agências governamentais que já usam o aplicativo.
Entretanto, você deve entender as regras da sua empresa sobre que pode ser incluído em sua biografia e o que não deve ser discutido em conversas. Se você começar a agendar suas próprias conversas no aplicativo, a equipe de comunicação também pode ser útil para promovê-las.
2. Imprevisibilidade
Como os participantes dessa plataforma podem ser qualquer pessoa com um iPhone, em qualquer lugar do mundo, há um elemento de aleatoriedade quando as pessoas são convidadas a subir no palco para fazer uma pergunta ou compartilhar um comentário.
As perguntas não são examinadas com antecedência e sempre há uma chance de que alguém suba no palco com uma agenda agressiva ou com a intenção de perguntar sobre a maior controvérsia atual (ou passada) de sua empresa.
3. Gravação, compartilhamento e comentários fora do contexto
Deve ser óbvio e claro quando alguém está gravando uma conversa no Clubhouse e planeja compartilhá-la depois. Algumas pessoas transmitem discussões populares (sempre que Elon Musk aparece, por exemplo) diretamente no YouTube… alguns podem tweetar ou compartilhar trechos de conversas também.
Resumindo, você deve presumir que falar no Clubhouse é um pouco como falar no palco de uma conferência – é um local bastante público, mesmo que pareça que há apenas 10 pessoas na sala em que você está.
5 fatos que você precisa saber sobre o ClubHouse
#1 Atualmente, o aplicativo está disponível apenas para iPhones. A empresa está trabalhando em uma versão teste para Android, mas não está aberto ao público ainda. Além disso, você ainda precisa ser convidado para o aplicativo por alguém que já seja um usuário.
#2 Você pode decidir ser discreto sobre o seu trabalho no Clubhouse. Você não precisa mencioná-lo na bio, embora algumas pessoas façam. É possível se conectar às contas do Twitter e Instagram, se quiser construir seguidores nessas redes sociais também. Se você fizer isso, obviamente, as pessoas poderão ver qualquer informação de empresa/título que você listou lá. Links para contas são incluídos em seu perfil se você os compartilhar com o aplicativo.
#3 Com base em seus interesses, a plataforma tentará exibir conversas relevantes (ou “salas”) na tela principal do aplicativo. Frequentemente, há sessões de boas-vindas para iniciantes. Tente entrar em um desses para que você possa fazer perguntas básicas e ter uma ideia do aplicativo.
#4 Quando você entrar em uma sala, não se preocupe – você não faz parte da conversa como um “palestrante”. Você está lá apenas como um ouvinte. Outras pessoas verão seu nome e poderão clicar em seu perfil, mas você não precisa participar e seu telefone será silenciado automaticamente.
#5 Existem duas maneiras de participar: a primeira, você pode levantar a mão (ícone no canto inferior direito da tela), e os moderadores da sala verão isso e poderão convidá-lo ao “palco” para fazer um comentário ou fazer uma pergunta. Ou às vezes, em salas menores, um moderador pode convidá-lo a se tornar um palestrante para contribuir com a discussão, e você verá um pop-up verde na parte superior da tela. Você pode aceitar o convite ou recusá-lo.
É totalmente compreensível que algumas pessoas podem recusar simplesmente porque não têm nada a dizer, ou podem estar em um ambiente barulhento, ou no meio de um treino etc. Vale destacar que quando você sobe no palco o som do seu microfone é ativado automaticamente. A menos que você entre no fluxo da conversa imediatamente, provavelmente desejará desativar o som – o botão do microfone fica no canto inferior direito da tela.
Se você não pode participar, apenas ouça
Daremos a palavra final a Shashi Jain, um dos primeiros a adotar o Clubhouse e líder de inovação na Intel Corp. “O Clubhouse é um ótimo lugar para conexões fortuitas com especialistas, outros inovadores corporativos ou mesmo pessoas que podem cruzar ideias em vários domínios,” afirma.
Jain ainda recomenda que, se sua empresa aceita um envolvimento mais ativo, “então apresente suas ideias como faria em uma conferência do setor. O segredo é ser genuíno e não um vendedor. A magia do Clubhouse é que você obtém franqueza na conversa.”
Clubes que valem a pena seguir:
- Corporate Innovation
- Digital Transformation
- Trends! and Weak Signals
- Innovators – The Innovators Club
- BIF (Business Innovation Factory)
- Burnt Chicken
- Startup Club