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BTG Pactual: como é o trabalho na área de research do banco de investimento?

profissional do BTG de terno sorrindo

“Posso ter escrito um relatório de 60 páginas, mas tenho 30 segundos para convencer um cliente às 8h15 da manhã a comprar uma ação que pode ser interessante para ele”. É assim que o analista de research João Carlos dos Santos, 34 anos, resume como começa seu dia de trabalho no banco de investimentos BTG Pactual, em São Paulo. Por isso, segundo ele, o cargo vai além da pesquisa profunda e tem um tanto de marketing também.

A área de research no BTG Pactual

O profissional de research é responsável, em um banco de investimentos, por cobrir determinadas áreas temáticas para seus clientes, o chamado buy side, o que faz de João Carlos o sell side. No caso dele, a área de pesquisa é saúde e educação. O que mais o motiva no cargo é esse momento da troca de informações e do relacionamento com o cliente, que acontece todos os dias logo cedo. Após chegar às 7h30 no escritório, ele lê alguns jornais e se prepara para a reunião, a morning call, que acontece às 8h15.

“O cara de research tem que ser bom não só na análise, mas na capacidade de venda”, explica. Isso porque, ele diz, não se pode depender somente da disposição e da capacidade de análise do buy side. A sua área, no entanto, não gera recursos diretamente. Após falar com um cliente sobre o timing de comprar ou vender um papel, o cliente faz isso via seguradora do BTG.

Veja as vagas de estágio, trainee e analista no banco de investimento BTG Pactual

Durante o resto do dia, o acompanhamento do mercado é intenso, assim como ligações e reuniões. “Só quando o mercado fecha, depois que eu paro de falar com tanta gente, no fim da tarde, é que vou escrever um relatório”, explica Carlos. Os relatórios são a análise do mercado que ele cobre e o que dá embasamento para a conversa com os clientes. Em dias normais, o trabalho vai até aproximadamente 21h, mas em períodos de earning season (quando acontecem análises de balanço e escrita de relatórios) esse horário pode se estender.

E vale a pena uma jornada tão longa de trabalho? Segundo João Carlos, os benefícios e a remuneração compensam. “O BTG é um pouco mais puxado porque se trata de um mercado bastante volátil, então a verdade é que não se contrata muita gente e a média fica under staff”, ele explica. Mas é importante que o profissional fique atento aos seus próprios limites, pois na área de research o trabalho é infinito e um tanto de atenção individual a isso se faz necessária.

Trajetória profissional no BTG Pactual

O caminho profissional de João Carlos teve como ponto de partida a faculdade de engenharia mecânica da Universidade de São Paulo. Após trabalhar em um escritório líder em engenharia térmica, percebeu que naquela área dificilmente poderia ter um grande destaque. “Eu não queria ser mais um no mercado de engenharia, então achei que valia a pena olhar pra fora”, ele conta. Então foi trabalhar com consultoria na Accenture e depois na área de cartão de crédito do Itaú. E assim acabou entrando no mercado financeiro.

Apesar do dia a dia bastante cheio de trabalho, o engenheiro está feliz com a carreira que escolheu. Alerta, no entanto, para a característica um tanto solitária da sua função. Sua atual equipe conta com apenas mais duas pessoas, uma delas é o estagiário responsável por levantar dados e fazer pequenas análises. “Para ele já é um aprendizado legal, ele me traz informações já elaboradas”, conta.

Leia também: Como é o dia a dia de um profissional de research no J.P. Morgan?

Os clientes e as pessoas com quem um profissional de research lida costumam ser inteligentes e antenadas nas movimentações do mundo, por isso há uma necessidade constante de se aprimorar profissionalmente. No BTG Pactual a certificação CFA é vista como uma boa alternativa ao MBA.

“Faço uma análise o mais profunda possível para ‘vender’ minha tese”, afirma João Carlos. É interessante, para um analista de research, que seu trabalho circule bastante, então quanto mais análises ele fizer, mais gente estará acessando. Não é raro que profissionais desta área se tornem importantes fontes para a mídia sobre os setores que pesquisam. Mas, claro, a tarefa exige muita dedicação.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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