Em maio deste ano, a Fundação Estudar resolveu abrir ao público sua metodologia de desenvolvimento de lideranças, que forma profissionais globais há mais de 30 anos, por meio do Programa Executivo Liderança Transformadora. O treinamento está com inscrições abertas.
Voltado para quem está começando a liderar suas primeiras equipes, o projeto utiliza os parâmetros de ensino responsáveis por formar jovens como Henrique Dubugras, brasileiro fundador da Brex que recentemente entrou para a lista de bilionários da Forbes Under 30.
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O objetivo, segundo os organizadores do projeto, é atender às expectativas do próprio mercado a respeito da formação de líderes . Segundo dados da instituição, nove em cada 10 CEOs acreditam que suas empresas não constroem lideranças globais efetivas para suas operações.
“Nós encontramos uma maneira de compilar, organizar e mostrar tudo o que nós ensinamos e aprendemos nas últimas décadas a milhares de jovens”, explica Ailton Cunha, um dos facilitadores da iniciativa. “Agora, nada mais justo do que a gente mostrar isso a quem sente as dores de liderar no dia a dia.”
O que tem impedido as lideranças de construir equipes de sucesso
Na visão de Ailton, o grande problema das pessoas que começam a liderar é a dificuldade de mudar a mentalidade para o novo momento de carreira. Ele explica que, em geral, os líderes chegam a esse posto a partir de seus resultados individuais e, ao se tornar um líder, é preciso demonstrar os resultados a partir do bom desempenho do time.
“De uma hora para a outra, essas pessoas precisam começar a entregar resultados a partir de outras pessoas”, analisa. “Às vezes elas até têm aptidão para isso, mas as técnicas para liderar são passíveis de serem aprendidas e lapidadas. É algo que vem com estímulo.”
Nesse sentido, a Fundação Estudar mapeou que a maior parte das novas lideranças dominam aspectos técnicos das operações que conduzem, mas pecam quando precisam utilizar soft skills – as chamadas habilidades comportamentais.
Para 92% dos recrutadores, segundo a instituição, essas habilidades são tão ou mais importantes do que as hard skills. Por outro lado, no entanto, 77% das organizações relatam que as habilidades comportamentais e de relacionamento interpessoal estão em falta nas empresas.
“É um movimento global que passa a compreender habilidades básicas, como ouvir de modo eficaz, por exemplo, as habilidades mais importantes”, define Ailton.
Como a Fundação Estudar quer resolver o problema?
Inicialmente, a Fundação Estudar decidiu testar seus métodos de ensino para validar o impacto que suas iniciativas têm causado. A partir de um estudo da FGV, a equipe comprovou que há um aumento salarial a curto e a longo prazo para quem realiza seus cursos.
Com base nessas avaliações, a organização pôde conceber o seu Programa Executivo Liderança Transformadora, voltado “para quem quer desenvolver equipes, potencializar performances, se manter atualizado e sair da zona de conforto”.
“É como se nós juntássemos os valores da Fundação Estudar à reflexão baseada em referências teóricas de universidades como Harvard e Stanford”, explica Ailton. “O resultado é um programa de formação construído a partir do ensino ativo, em que os participantes se inserem de fato no processo.”
De acordo com Ailton, que além de facilitador do programa é líder da Frente Tech da Fundação Estudar, os alunos terão acesso a uma rede de contato de pessoas experientes no ato de liderar e vão compartilhar momentos com outros líderes de primeira viagem que sentem as mesmas dificuldades.
O programa é dividido em dois módulos, explica ele. Primeiramente, os participantes têm acesso aos valores e às referências teóricas e poderão criar um projeto próprio em um momento chamado de Salto. No fim, os alunos se encontram em uma imersão de três dias, presencial, para o aprofundamento.
“É fundamentalmente um curso para formar lideranças capazes de engajar equipes para grandes transformações e desenvolver melhor as pessoas”, finaliza Ailton.