Os caminhos que levam jovens ao Vetor Brasil são muitos, mas há uma constante: a vontade de fazer a diferença no país. O programa de trainee, que está com inscrições abertas até 14/4, conecta jovens com a carreira no setor público.
É o caso de Déborah Silva, Mariana Gomes, Natália Vido e Vitor Salomão, quarteto atualmente alocado em diferentes áreas do governo estadual do Maranhão. Coincidentemente, Vítor, Natália e Mariana estudaram Relações Internacionais, mas seus trabalhos não poderiam ser mais diferentes.
Enquanto ele atua na coordenadoria de projetos na Secretaria de Administração Penitenciária, Natália está na assessoria de planejamento da Secretaria de Educação e Mariana, na equipe de investimentos na Secretaria de Programas Especiais do Estado.
Já Déborah, uma engenheira ambiental, trabalha com a gestão de unidades de conservação e recursos hídricos na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais.
Os trainees do Vetor Brasil podem ter arranjos profissionais diferentes – o convênio do governo com o programa tem Mariana e Natália como trainees diretas, por exemplo, enquanto Déborah e Vitor têm cargos, respectivamente, terceirizado e comissionado –, o que não muda o impacto final ou seu desenvolvimento profissional.
“Ter responsabilidade e atuação direta na implementação de uma política pública de muita visibilidade para o governo é um desafio grande e me estimula a aprender ainda mais”, exemplifica Natália.
A realidade da gestão pública
Antônio Nunes, Secretário de Governo do Estado do Maranhão, vê o resultado com bons olhos. “Tem sido algo muito bom. São jovens muito qualificados, engajados e interessados em trabalhar.”
Um dos pontos do Vetor Brasil é justamente incentivar brasileiros talentosos a considerarem carreiras na gestão pública, muitas vezes descartada por parecer muito engessada e ineficiente.
Na prática, é diferente.
“Sempre senti facilidade em generalizar os insucessos da administração pública, alegando falta de capacidade ou cegueira política”, confessa Vítor, que sonha em se tornar político. “Sete meses depois, vejo quão reducionista era esse meu pensamento e o quanto se trabalha duro e com afinco no setor público, independente de visão ideológica.”
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É uma imagem que precisa ser desconstruída continuamente para atrair novos talentos. Segundo Nunes, a capacidade para inovação, tão presente na juventude, é muito importante para oxigenar a máquina pública.
Pensando nisso, os trainees do Vetor já deram algumas palestras em escolas maranhenses, onde apresentaram um pouco mais sobre a realidade do trabalho. “Queremos mostrar que é possível, sim, ter uma carreira no governo com competência e qualidade”, conclui o secretário.
Autodesenvolvimento
Tal exposição ao alto escalão, tão cedo na carreira, é um dos pontos altos do Vetor Brasil.
“Meu gestor é o secretário da pasta e com isso tenho contato direto com a formulação de políticas e discussão sobre o financiamento delas, uma oportunidade que acredito que não teria em outros contextos”, afirma Mariana.
É o mesmo sentimento de Vítor, que também trabalha diretamente com o secretário, elaborando uma parceria público-privada prisional. “Estou gerindo projetos e contratos que envolvem vários outros funcionários e setores da Secretaria, o que acaba me alavancando para uma certa posição de liderança com a qual ainda estou aprendendo a lidar.”
[Déborah, Mariana, Natália e Vitor, trainees do Vetor Brasil no Maranhão / Divulgação]
São níveis de autonomia e autodesenvolvimento que também se fazem presentes na vida pessoal do trainee.
Não raro, é preciso fazer as malas rapidamente e passar até dois anos fora de casa, o que traz seu próprio conjunto de novidades.
“O contato diário com uma realidade e cultura totalmente diferentes da minha é um aprendizado contínuo e muito gratificante”, diz a mineira Déborah. “Essa troca de experiências que vivenciamos em São Luís é algo que me ajuda a me reconstruir diariamente.”
Natália concorda. “É muito interessante aprender a lidar com opiniões opostas fora da sua zona de conforto”, afirma. “Observar sua própria postura diante disso traz autoconhecimento e proporciona desenvolvimento pessoal.”
Os participantes destacam a importância da rede de contatos e dos sistemas de apoio da organização, tanto virtuais quanto presenciais, e o sentimento de pertencimento que os trainees criam entre si. (Mariana, por exemplo, passou os primeiros dias na casa do Vítor enquanto procurava um apartamento.)
“O objetivo do trainee não é apenas nos tornar profissionais mais qualificados e competitivos, mas, principalmente, pessoas mais humanas e impactantes em nossa sociedade”, resume Déborah. “Mesmo durante o processo seletivo eu podia sentir o quanto o Vetor acreditava em nós. Isso fez toda a diferença.”
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